Aumento de 30,3% nas denúncias de violação da igualdade em Piracicaba: OAB aponta conscientização das vítimas como motivo

Número de denúncias de violação de direitos de igualdade tem aumento de 30,3% em
Piracicaba

Balanço do governo federal inclui crimes de racismo, injúria racial e étnica e
discriminação. Representante da OAB relaciona alta a maior consciência das
vítimas para denunciar.

O número de denúncias de violação de igualdade teve um aumento de 30,3% em
Piracicaba (SP) [https://g1.globo.com/sp/piracicaba-regiao/cidade/piracicaba/]
de janeiro a novembro deste ano, na comparação com o mesmo período de 2023.

O balanço é da Ouvidoria do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania e
inclui crimes de racismo, injuria racial e étnica e discriminação.

Segundo o painel, neste ano já foram 43 registros na metrópole, enquanto em 2023
foram 33 no período analisado.

Já em Limeira [https://g1.globo.com/sp/piracicaba-regiao/cidade/limeira/],
segundo cidade mais populosa da região, a alta foi de 8 para 9 denúncias, o que
representa um aumento de 12,5%.

VÍTIMAS MAIS CONSCIENTES

Para a vice-presidente da Comissão de Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do
Brasil (OAB) de Campinas, Daniela Oliveira da Fonseca, o aumento no total de
denúncias representa que o debate sobre racismo, à medida que ainda encontra
obstáculos, também tem crescido.

> “Ele tem encontrado pessoas que, talvez, antes não denunciariam práticas de
> racismo e que foram vítimas. Então, eu não acredito num aumento de casos. Eu
> acredito num aumento de denúncias dessas práticas de racismo nessas cidades e
> também em outras. Esses números traduzem isso: que as pessoas estão mais
> conscientes da sua própria condição, da sua própria negritude, e que isso não
> deve ser objeto de recreação, por exemplo”, explica.

Denúncias envolvendo racismo, injuria racial e étnica e discriminação têm alta —
Foto: Reprodução/ EPTV

IMPORTÂNCIA DOS DADOS PARA POLÍTICAS PÚBLICAS

Segundo Daniela, o levantamento dos números são importantes para dar subsídio a
políticas públicas.

“O que a gente pode fazer dentro desses municípios para coibir essa prática,
para acolher essas vítimas? É isso que a gente faz a partir dos números. Por
exemplo, nem todas as cidades têm um centro de referência em combate ao racismo
[…] É importante a gente ter em mente que os municípios, as instituições, os
entes, eles precisam entender que a prevenção e combate ao racismo é uma medida
que deve ser levada por toda a sociedade”.

Ela também cita ações como campanhas de conscientização, medidas educativas e
sistemas de cotas.

> “Através de processos seletivos direcionados para a inclusão de pessoas
> negras, seja no âmbito do emprego público ou emprego privado. É claro que
> existem algumas iniciativas no setor público, mas no setor privado a ideia é
> uma prática discricionária”.

ENRAIZADO NA SOCIEDADE

A vice-presidente da comissão ainda apontou que o racismo está enraizado na
sociedade.

“A gente precisa fazer algo sobre isso com reflexo positivo, como o aumento de
estudantes negros nas universidades, como o aumento de pessoas negras em cargos
públicos através da política de cotas, por exemplo. Mas isso não elimina o
racismo na sociedade brasileira. A gente precisa ampliar esse tipo de inclusão
para que de fato a gente tenha uma mudança social”, afirma.

COMO DENUNCIAR

A representante da OAB orientou que as vítimas podem até denunciar situações de
racismo em boletim de ocorrência pela internet.

> “Posteriormente, vão ser convocadas à delegacia para prestar a sua declaração,
> tomar as medidas cabíveis no âmbito tanto de natureza cível como no âmbito de
> natureza criminal, através de uma queixa crime, por exemplo, ou de uma
> representação autorizando o Ministério Público a dar andamento àquela ação e
> representar aquela vítima”, detalhou.

No caso da representação pelo Ministério Público, não é necessário que a vítima
tenha um advogado.

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MP investiga conexão de fuzis em ataques a carros-fortes no interior de SP

Fuzis apreendidos em ataque a carro-forte em Franca foram usados em crimes similares em outras cidades de SP, diz MP

Ministério Público investiga quem são os integrantes e as possíveis ligações entre os casos de tentativa e roubo a veículos de transporte de valores. Megaoperação nesta segunda-feira (16) prendeu 14 pessoas.

Quatro suspeitos presos em operação são de Ribeirão Preto e Franca

Dois fuzis apreendidos durante o ataque a um carro-forte na região de Franca (SP), em setembro deste ano, foram utilizados em pelo menos outros dois crimes similares em diferentes cidades e datas.

A informação foi confirmada pelo Ministério Público nesta segunda-feira (16), durante coletiva de imprensa sobre a megaoperação para prender uma quadrilha especializada em roubos a veículos de transporte de valores no estado de São Paulo.

Segundo o promotor Adriano Vanderlei Mellega, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), as investigações agora vão focar em quem são os integrantes e as possíveis ligações deles com a tentativa de roubo no dia 9 de setembro na Rodovia Cândido Portinari (SP-334), que liga Batatais (SP) a Restinga (SP).

> “O que a gente vê, que inclusive foi objeto de alvo pericial para análise, é que pelo menos dois fuzis utilizados aqui já foram utilizados em dois outros crimes, em ataques da mesma natureza, em cidades diferentes. A gente sabe que as armas foram empregadas. Agora, com um trabalho posterior, a gente vai fazer um levantamento dos integrantes, quem eram eles”.

Carro-forte da Protege foi alvo de criminosos em Restinga; dinheiro não foi levado — Foto: Kaique Castro/EPTV

Segundo o promotor, por não terem ‘vínculo territorial’, estas organizações criminosas acabam atuando juntas em ataques articulados em regiões diferentes do estado.

“Elas fazem levantamento do ‘trampo’, que é como elas chamam, dos trabalhos, e aonde tiver logística, onde tiver possibilidade, elas atuam. E é comum também que um núcleo atue em conjunto com outros. Diferentemente de algumas organizações, que são previamente estabelecidas em todos os seus núcleos e formam uma organização perene, neste caso, a gente tem núcleos que se unem com outros para praticar um crime específico”.

Pelo menos 11 pessoas foram presas temporariamente e outras três foram presas em flagrante nesta segunda-feira durante a segunda fase da Operação Carcará. Um preso foi morto durante confronto com a polícia.

A megaoperação, que investiga uma quadrilha especializada em roubos a carros-fortes no estado de São Paulo, ainda apreendeu R$ 900 mil em espécie, nove veículos avaliados em mais de R$ 1 milhão, além de meio quilo de maconha, dois computadores, 21 celulares. Um apartamento no litoral paulista avaliado em R$ 800 mil foi bloqueado judicialmente.

Megaoperação apreendeu quase R$ 900 mil em espécie nesta segunda-feira (16), na região de Ribeirão Preto, SP — Foto: Polícia Civil

A ação, articulada por agentes das polícias Federal, Civil e Militar, e do Gaeco, também apreendeu 100 munições de grosso calibre, um case de fuzil e cinco armas de fogo.

O nome da operação é uma homenagem ao sargento da PM Márcio Ribeiro, morto em setembro durante uma troca de tiros com integrantes da quadrilha investigada. Era dessa forma que colegas o chamavam.

A tentativa de assalto a um carro-forte da Protege, empresa especializada em logística de valores, ocorreu na noite de 9 de setembro, e chamou a atenção da polícia por conta do armamento utilizado pelos criminosos.

A ação teve a participação de pelo menos 16 criminosos, que abordaram o veículo em posse de uma carga intensa de explosivos e fuzis capazes de “rasgar vidros blindados”, de acordo com o delegado Gabriel Fernando.

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