Vereadores de Maringá aprovam aumento de cargos comissionados que vão custar R$
2,9 milhões por ano aos cofres da Câmara
Projeto aprovado aumenta de quatro para cinco o número de assessores nos
gabinetes de cada um dos 23 vereadores. Aprovação também prevê mais um cargo de
assessor de gabinete da presidência e um de diretor executivo.
Vereadores aprovam aumento de assessores na Câmara de Maringá
Vereadores da Câmara de Maringá, no norte do Paraná, aprovaram nesta terça-feira (8) um projeto que aumenta o número de cargos comissionados no legislativo. Se a lei for sancionada, sobe de quatro para cinco
o número de assessores nos gabinetes de cada um dos 23 vereadores e é criado
mais um cargo de assessor de gabinete da presidência e um de diretor executivo.
Um levantamento feito pelo Observatório Social de Maringá mostra que o aumento
de cargos custará R$ 2.976.649,08 por ano ao orçamento da Câmara. O gasto mensal
seria de R$ 248.054,09 a mais.
O levantamento leva em consideração os seguintes salários-base: R$ 9.748,85 para
assessor parlamentar; R$ 9.748,85 para assessor de gabinete da presidência e R$
14.081,69 para diretor executivo.
De acordo com a presidente da Câmara, Majô Capdeboscq, o legislativo tem
dinheiro em caixa para arcar com os custos nas novas contratações.
“A Câmara trabalha com orçamento previsto em constituição que é 5% da RCL. Este
projeto não vai resultar em nenhum real a mais pedido da Câmara para a
prefeitura para poder custear isso. Todos os recursos já estão disponíveis na
conta da Câmara municipal”, explicou a presidente.
Atualmente, a Câmara possui 92 cargos comissionados. O aumento foi proposto pela
mesa executiva da Câmara, sendo que três dos sete membros da mesa não
concordaram com a proposta.
Em sessão da Câmara, o projeto foi aprovado em regime de urgência, com 16 votos
favoráveis e 7 contrários. Durante a sessão, alguns vereadores ainda
manifestaram que não vão contratar assessores, mesmo com o projeto aprovado.
Saiba como foi a votação:
Votos favoráveis
– Akemi Nishimori (PSD);
– Bravin Júnior (PP);
– Diogo Altamir da Lotérica (PSDB);
– Flávio Mantovani (PSD);
– Guilherme Machado (PL);
– Italo Maroneze (PDT);
– Jeremias (PL);
– Lemuel do Salvando Vidas (PDT);
– Luiz Neto (AGIR);
– Majô (PP);
– Maninho (Republicanos);
– Odair Fogueteiro (PP);
– Pastor Sandro (União Brasil);
– Sidnei Telles (Podemos);
– Uillian da Farmácia (União Brasil);
– Willian Gentil (PP).
Votos contrários
– Angelo Salgueiro (Podemos);
– Cris Lauer (Novo);
– Daniel Malvezzi (Novo);
– Gisele Bianchini (PP);
– Mário Hossokawa (PP);
– Mário Verri (PT);
– Professora Ana Lúcia (PDT).
A presidente da Câmara justificou o aumento de assessores pela grande demanda de
trabalho no legislativo.
“Os vereadores têm solicitado mais apoio e estrutura para poder fiscalizar o
Executivo. São mais de 430 mil habitantes em Maringá para apenas 23 vereadores e
quatro assessores, então a gente tem buscado dar a oportunidade e condição para
que os vereadores possam exercer o trabalho de maneira mais eficiente e
transparente possível. Eu espero com isso dar mais atividade para os gabinetes
dos vereadores e com isso desafogar o setor da Câmara de cargos efetivos que
está sobrecarregado”, disse Majô.
O projeto será enviado ao Executivo para a sanção do prefeito Silvio Barros
(PP).
As vagas para contratação imediata na Câmara de Maringá são para
advogado, assistente administrativo e assistente legislativo.
A Associação Comercial e Empresarial de Maringá (ACIM) publicou uma nota se
manifestando contra o aumento dos cargos.
“A medida elevará os gastos públicos e impactará todas as próximas gestões. Isso
sem contar que os maringaenses estão arcando com o aumento de despesas geradas
pelo maior número de vereadores, já que este é o primeiro ano da nova composição
da Câmara Municipal com 23 vereadores, ante a legislação anterior com 15. Para
acomodar os novos vereadores, o prédio da Câmara tem passado por ampliações e já
houve aumento de 32 comissionados (quatro para cada novo vereador)”, disse a
associação.