O presidente do Sindiposto José Batista Neto concedeu entrevista ao Diário do Estado nesta quinta-feira (27) e falou sobre o aumento do combustível promovido pelo Governo Federal. Para ele a situação dos postos de combustível é ruim e o consumidor deve reagir em relação ao aumento de impostos.
José Batista falou sobre o aumento de 41 centavos dos combustíveis promovido pelo governo. “A situação para o posto é muito complicada. A margem de aumento de 41 centavos é maior que a margem do posto. Agora, o consumidor tem que estar atento para buscar o melhor preço com garantia de qualidade. Há uma concorrência muito grande no setor”.
O presidente explicou o motivo do aumento ter sido repassado rapidamente ao consumidor. “O decreto saiu na meia noite de quinta-feira. Quem comprou o combustível na sexta-feira já estava com 40 centavos a mais no litro de gasolina. Então não tem como o dono do posto segurar. Como nós temos um fornecimento muito rápido de combustível, os donos dos postos sempre ficam com os tanques bem vazios, não guardam em estoque. Não tendo estoque o preço é repassado”.
Para ele, a reação dos brasileiros ao aumento dos combustíveis deveria ser mais contundente. “A reação do consumidor e dos donos dos postos foi muito forte. Eu acho que deveria ser mais forte. É uma situação que ainda tende a se agravar. A partir da semana que vem o governo estadual já anunciou um aumento de sete centavos a mais no litro da gasolina devido ao ICMS”.
Os cartéis também foram abordados por José Batista. “Na realidade nós somos acusados disso. Preço de combustível no mundo inteiro é parecido. Gasolina é um item de primeiríssima necessidade. Aí tem que culpar alguém. O dono do posto acaba sabendo que de maneira geral o cliente procura o melhor posto e aí coloca igual o seu vizinho para não perder o cliente”.
O presidente afirmou que a concorrência do setor faz os preços ficarem parecidos“O posto que tem dois funcionários e duas bombas vende menos . O posto que tem muitos funcionários e muitas bombas vende mais. A fonte onde eles buscam o produto é a Petrobras e tem o mesmo preço. O dono do posto não preocupa com o preço, preocupa com concorrente. O que o concorrente faz, ele acaba fazendo”.