O aumento de 23,6% no valor da tarifa da água em Senador Canedo, região Metropolitana de Goiânia, não agradou a população que precisa lidar regularmente com a falta de abastecimento. O reajuste foi aprovado pela Câmara Municipal na última quarta-feira (27).
O serviço prestado pela Agência de Saneamento de Senador Canedo (Sanesc), já foi alvo de reclamações e denúncias. No Instagram, uma moradora chegou a comentar que está sem o abastecimento de água há sete dias. Uma outra, afirmou que no Jardim Nova Goiânia o abastecimento é interrompido todas as noites. Outros comentários chamam a população para uma manifestação.
Para o Diário do Estado, a empresária e cabeleireira Karine Santos, disse que a falta de água é recorrente no município. Dependendo da água para lavar os cabelos das clientes, a Karine, por diversas vezes, teve seu trabalho prejudicado. Com isso, ela se diz contra este reajuste, caso ele não seja convertido em melhorias no abastecimento.
Dono de diversas quitinetes Fabrício Queiroz, também não concorda com o aumento aprovado pelos vereadores. Ele contou que aluga um conjunto de casas na região e que a tarifa da água é inclusa no valor do aluguel. No entanto, o reajuste “vai pesar no bolso”. Ainda de acordo com ele, “antes de cobrar é preciso fornecer um serviço de qualidade”.
Já a doméstica, Juliana Lousada Maia, diz que o aumento na conta da água é um “absurdo”, já que a população passa dias sem o líquido e muitas vezes precisa comprar galões por conta da má qualidade da água.
“É um absurdo porque a água vive faltando. A cidade não passa um mês sem que falte água, todo mês é uma luta e eles querem cobrar ainda mais caro? É brincadeira. Além disso, precisamos beber uma água suja que vem cheia de cloro. Teve uma vez que ficamos mais de sem sem água e ainda tiveram a coragem de mandar um talão de água de R$ 400”, disse.
Por falta de água, em setembro do ano passado, moradores do município se reuniram para comprar dois caminhões pipas no valor de R$2.400,00. Na ocasião, a população estava a mais de uma semana sem o abastecimento e quando chegava até as residências, a água estava suja, impossível para o uso.
O problema na prestação do serviço tem sido acompanhado de perto pelo Ministério Público (MPGO). Na 12ª Promotoria de Justiça da Cidade um processo administrativo trata da reestruturação das políticas públicas para regular o abastecimento de água no município.
Apesar de uma auditoria ter constatado que capacidade de produção e tratamento de água da Sanesc não era suficiente para atender a demanda atual, MPGO determinou que o problema fosse solucionado. O órgão também pode contestar o reajuste.
O Diário do Estado procurou a Sanesc, mas até o fechamento desta matéria não obteve resposta. No entanto, o espaço continua aberto.