Aumento significativo de atendimentos por endometriose em Campinas: saiba identificar a doença e seus sintomas

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Atendimentos por endometriose crescem sete vezes em Campinas; saiba como identificar a doença

Em 2023, foram registrados 87 atendimentos clínicos e 314 internações pela doença. Já em 2024, os números passaram para 644 e 301, respectivamente.

Cólicas, dor nas relações sexuais e fadiga. Esses são alguns dos sintomas característicos da endometriose, doença que afeta o tecido que reveste o útero. Em Campinas (SP), os atendimentos relacionados à condição cresceram 7,4 vezes em um ano.

Dados do Departamento Regional de Saúde (DRS) revelam que, em 2023, foram registrados 87 atendimentos clínicos e 314 internações pela doença. Já em 2024, os números passaram para 644 e 301, respectivamente.

Os dados na metrópole refletem um aumento que também é sentido no estado. Em São Paulo, os atendimentos por endometriose passaram de 1.130, em 2023, para 1.963, em 2024. Em relação às internações, o total passou de 2.777 para 3.283 no mesmo período.

Para o ginecologista Dorival Gomide, um dos motivos para a alta na procura por atendimento é o acesso à informação. Ele destaca que, caso não seja tratada, a doença pode trazer riscos sérios para saúde. Entre os principais sintomas estão:

Cólica
Dor e sangramento ao urinar
Dor em relações sexuais
Fadiga
Diarreia
Infertilidade

“A endometriose é a principal causa de infertilidade feminina. É uma doença evolutiva, então muitas vezes vai envolver bexiga, intestino. Por isso, com esse diagnóstico precoce, a gente pensa em tentar evitar a progressão da doença para esses órgãos”, destaca.

‘PARAR DE NORMALIZAR A DOR’

A biomédica Marcela Valentim sempre sentiu cólicas fortes e precisava recorrer a analgésicos quase todo dia. No fim de 2023, as dores pioraram, incluindo dor forte ao urinar, e ela recebeu o diagnóstico de endometriose.

“Esse foi um sintoma novo que eu não tinha antes de tomar o anticoncepcional, lá atrás. Esse sintoma começou a me alertar que algo estava estranho. Fora o cansaço, a fadiga. Eu comecei a investigar, fiz um ultrassom abdominal e nele constou um nódulo na bexiga e esse nódulo serviu de alerta”, conta.

A partir da identificação do nódulo, o médico que atendia Marcela solicitou uma ressonância, onde pôde detectar que se tratava de um nódulo de endometriose na bexiga. A situação só melhorou quando ela passou por cirurgia.

“Nós mulheres precisamos parar de normalizar a dor”, afirma.

A fisioterapeuta Gabriela Sersante só soube que tinha endometriose depois dos 30 anos. Até então, nunca tinha tido cólica, mas em 2023 os primeiros sinais apareceram e ela foi diagnosticada com endometriose profunda.

“Descobri que eu estava grávida e acabei perdendo o bebê. Foi um ano tentando novamente, tentando saber se tinha alguma coisa acontecendo comigo. Na ressonância, foi quando eu descobri que eu tinha endometriose”, relata a fisioterapeuta.

Assim como Marcela, ela só teve alívio depois da cirurgia. Hoje, a fisioterapeuta usa a profissão para ajudar outras mulheres que reclamam dos mesmos sintomas que ela já teve.

“Eu descobri que muitas mulheres têm dor lombar por ter endometriose e aí através disso eu consigo ajudar as mulheres a tratar, realmente, a dor lombar, dar mais qualidade de vida, tratar sintomas, porque realmente, sentir dor ninguém merece. É horrível”, diz Gabriela.

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