Última atualização 10/04/2024 | 08:39
Estar atento ao comportamento dos filhos desde os primeiros meses de vida é fundamental para identificar sinais do Transtorno do Espectro Autista (TEA) em crianças. A recomendação é do Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad), unidade de saúde do Governo de Goiás que está divulgando uma série de orientações para os pais e responsáveis, de forma a incentivar o diagnóstico precoce do autismo.
Conforme a equipe, a conscientização faz parte do Abril Azul, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU). A neuropediatra Jeania Souza explica que “nos primeiros meses de vida os bebês devem sorrir em resposta ao sorriso do cuidador, procurar a face da mãe no momento da amamentação, trocar olhares durante a troca de fraldas e mais tarde, por volta dos nove meses, fazer movimentos com o corpo para pedir colo, gestos como mandar tchau e balbuciar”.
Já após o primeiro ano de vida, a psicóloga Michelly Alves ressalta que os sinais de atenção para identificação do autismo podem ser diferentes. “As manifestações mais comuns são comportamentos repetitivos e interesses restritos, como brincar com pecinhas de objetos, balançar o tronco, girar em torno do próprio eixo, não atender quando é chamado, não se interessar em brincar com outras crianças”, conta a psicóloga. “Os pacientes com TEA também podem apresentar reações exageradas diante de estímulos sensoriais, como luz, sons, cheiros e texturas”, alerta.
Diagnóstico
De acordo com a Sociedade Americana de Psiquiatria, o Transtorno do Espectro Autista afeta uma a cada 36 crianças. Para a neuropediatra Jeania Souza, é essencial que o diagnóstico seja realizado de forma precoce, para que a criança tenha acesso rápido ao tratamento. “Mais importante que o diagnóstico é que a gente não atrase o tratamento desse paciente. As crianças possuem janelas de oportunidade para o desenvolvimento e quanto antes a gente intervir, mais a gente pode modificar o caminho”, reforçou a médica.
TEA
O termo Transtorno do Espectro Autista (TEA) passou a ser utilizado a partir de 2013 e abarca uma fusão do que antes era denominado Autismo, Transtorno Global do Desenvolvimento e Transtorno de Asperger. Não é considerado uma doença, mas uma condição que é parte da diversidade humana. “Antigamente, se a criança tinha um comportamento atípico ela era mantida dentro de casa. Hoje trabalhamos para viabilizar a inclusão, combater o preconceito, reduzir barreiras e proporcionar desenvolvimento para essas crianças”, finaliza MIchelly.