Autor da Santa Ceia de Bambuí critica restauração e alega falta de consulta: ‘Deturparam minha obra’

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Autor da pintura que gerou briga entre padre e locutor reprova restauração: ‘Deturparam minha obra’

Autor da Santa Ceia da Igreja de Sant’Ana, em Bambuí, afirma que não foi consultado pela paróquia sobre a restauração feita em 2022. A pintura foi o motivo da briga em que um radialista disse ter sido agredido por um padre após criticar o trabalho ao vivo.

Locutor chamado Jésus diz ter sido agredido por padre durante programa ao vivo em Bambuí

O pintor Jésus Chaves Martins, de 93 anos, autor da pintura da Santa Ceia no altar da Paróquia Sant’Ana, em Bambuí, no Centro-Oeste de Minas, falou pela primeira vez sobre a restauração da obra que motivou uma briga entre o padre Edson Augusto Teixeira, de 55 anos, e o locutor Jésus de Carvalho Chaves, de 83.

Em entrevista exclusiva ao Diário do Estado na quinta-feira (23), ele afirmou que não foi comunicado pela igreja sobre a intervenção feita em 2022 e criticou o resultado.

“A pintura foi feita em 1974 e, segundo Jésus, o estilo original era neutro, em tons de marrom, por falta de recursos da paróquia à época. ‘O motivo de não ter cor era porque a igreja não tinha dinheiro para investir em tintas coloridas. Então fiz uma pintura neutra’, explicou.”

O artista — que é natural de Bambuí, mas vive há vários anos no Rio de Janeiro (RJ) — contou ainda que não quis ver o resultado da restauração, mas que familiares avaliaram o trabalho e também reprovaram.

“O caso ganhou repercussão após o radialista Jésus, durante o programa ‘Domingão do Jesão’, no último dia 19, criticar a restauração da obra e afirmar ter sido agredido pelo padre Edson Teixeira, pároco da Igreja de Sant’Ana, que entrou no estúdio durante a transmissão ao vivo. Entenda mais abaixo.”

Jésus afirmou que a forma como a paróquia tratou a restauração desrespeitou os direitos autorais que ele tem pela pintura sacra.

“Segundo ele, se tivesse sido procurado, teria ajudado a orientar o restauro.”

O pintor acrescentou que possui uma versão colorida semelhante à obra Araxá, no Alto Paranaíba. “Dei um quadro de presente para um amigo e está pintado quase que a mesma pintura da igreja, porém, colorida. Se tivessem me falado, eu teria pedido para que mandassem esse quadro para Bambuí para se basearem nas cores”, finalizou Jesus.

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