Autores de violência doméstica participam de grupos reflexivos

Objetivo é conscientizar homens que cometeram violência contra mulher

A secretaria cidadã em parceria com TJ-GO, PUC-GO, MP-GO e Central de Alternativas à prisão iniciou no último dia 14, os Grupos Reflexivos voltados para Autores de Violência Doméstica, os encontros acontecerão até fevereiro de 2018. O intuito dessa ação é através de reuniões terapêuticas semanais, promover atendimento psicológico para homens que foram autores de violência doméstica contra mulheres.

Com finalidade de reduzir a reincidência do crime e garantir melhoras no convívio familiar.  Durante as reuniões também são abordados temas como: Origem da violência, relação entre pais e filhos, homens e mulheres, legislação e procedimentos criminais, álcool e drogas, dentre outros. Cada grupo participa de 15 encontros semanais com duas horas de duração cada, sendo das 18:30h até 20:30h, contando com a participação de 20 beneficiário cada grupo sendo encaminhados de forma compulsória pelos Juízes de Direito, como uma das medidas protetivas da Lei Maria da Penha ou como alternativas à prisão nas audiências de custódia.

“Esses grupos são resultado do amadurecimento da cidadania de homens e mulheres que trabalham contra toda forma de violência, em especial contra nós mulheres”, diz a superintendente Executiva da Mulher da Secretaria Cidadã, Gláucia Teodoro.

Essa ação se inclui no grupo de programas de intervenção que pretendem produzir um efeito ressocializador no autor da violência, já que se entende que muito dos agressores também foram vítimas quando crianças e tendem a reproduzir essa cultura da violência. Sendo o grande desafio dessa ação quebrar esse circulo vicioso.

Desde 2015, os Grupos Reflexivos para Autores de Violência Doméstica já atenderam mais de 300 homens. “Com esses encontros buscamos romper o ciclo da violência, visto que esses autores já sofreram ou presenciaram na sua família algum tipo de violência e tendem a reproduzir esse comportamento”, afirma o coordenador do projeto e advogado do Centro de Referência da Secretaria Cidadã, José Geraldo Magalhães.

 

Violência Doméstica

A violência doméstica e familiar contra a mulher passou a ser considerada crime a partir da aprovação da lei N.11.340, em 7 de agosto de 2006, que ficou conhecida como Lei Maria da Penha. Essa lei cria mecanismos para coibir e prevenir a agressão ambientada na convivência familiar e se tornou um instrumento de transformação social ao longo dos seus 11 anos de existência. Mesmo com sua atuação freqüente e continua a cada dois segundo uma mulher é vítima de violência verbal ou física no Brasil.

 

Números de atendidos:

Primeiro semestre de 2017

60 participantes em Goiânia sendo:

02 grupos – CREI

02 grupos Central de Alternativa à Prisão

01 grupo em Alexânia – 23 participantes (15 encontros semanais)

Total – 83 beneficiários

 

Segundo semestre:

01 grupo em Rio Verde

01 grupo em Jaraguá

01 grupo em Aparecida

Total – 120 beneficiados (indiretamente 600 pessoas)

 

Novembro:

02 grupos em Aparecida de Goiânia

Total –   40 beneficiados

 

Grupo Reflexivo para mulheres vítimas de violência:

Aparecida de Goiânia – 10 encontros

Local: Delegacia da Mulher de Aparecida de Goiânia

Total – 20 beneficiadas

Joyce Cristina

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Mauro Cid confirma ao STF que Bolsonaro sabia de trama golpista

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava ciente de um plano para um golpe de Estado. O ex-ajudante de ordens foi ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes na última quinta-feira, 21, para esclarecer contradições entre sua delação premiada e as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF).

De acordo com informações apuradas pela PF, a investigação revelou a existência de um plano envolvendo integrantes do governo Bolsonaro para atentar contra a vida de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. Contudo, os advogados de Mauro Cid negam que ele tenha confirmado que Bolsonaro estava diretamente envolvido na liderança do suposto plano de execução.

Após prestar depoimento por mais de três horas, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, declarou que seu cliente reiterou informações já apresentadas anteriormente. A advogada Vania Adorno Bittencourt, filha de Cezar, declarou ao Metrópoles que Bolsonaro sabia apenas da tentativa de golpe.

O ministro Alexandre de Moraes validou a colaboração premiada de Mauro Cid, considerando que ele esclareceu omissões e contradições apontadas pela PF. O depoimento foi o segundo do tenente-coronel nesta semana, após a recuperação de arquivos deletados de seus dispositivos eletrônicos pela PF.

Bolsonaro indiciado pela Polícia Federal

No mesmo dia, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. O relatório foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso no STF.

Entre os indiciados estão os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O grupo é acusado de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, atuando em seis núcleos distintos.

Bolsonaro, em resposta, criticou a condução do inquérito, acusando Moraes de “ajustar depoimentos” e realizar ações fora do que prevê a lei. As investigações continuam em andamento, com implicações graves para os envolvidos.

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