Autoridades russas afirmam ter tomado a cidade de Melitopol, na Ucrânia

Guerra entre Rússia e Ucrânia

De acordo com as autoridades russas, o país tomou a cidade de Melitopol, na região sul da Ucrânia, na manhã deste sábado (26). Porém, as autoridades ucranianas não confirmaram a informação, dizendo que o local ainda está sob o domínio da nação. Em entrevista à BBC, um político britânico também afirmou que a Rússia não ocupou o lugar com sucesso.

O que dizem Rússia e Ucrânia

O major-general Igor Konashenkov, da Rússia, foi quem anunciou a suposta tomada de uma cidade da Ucrânia.

“Os militares russos estão tomando todas as medidas para garantir a segurança dos civis e evitar provocações por parte dos serviços secretos ucranianos ou de nacionalistas”, garantiu.

Além disso, o oficial do Exército alegou que os cidadãos deram boas vindas aos russos e que algumas pessoas mais velhas foram às ruas com bandeiras vermelhas, em apoio aos invasores. Konashenkov não forneceu nenhum tipo de prova acerca dessas afirmações.

No outro lado da situação, as autoridades ucranianas não confirmaram a perda de Melitopol, uma cidade com cerca de 150 mil habitantes. O local fica entre a região da Crimeia, controlada pela Rússia, e o porto de Mariupol. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, um cidadão de Melitopol estaria questionando alguns soldados russos a respeito da ocupação, o que contradiria a versão de Konashenkov.

Em outra frente, um membro do Parlamento do Reino Unido, James Heappey, também rechaçou as informações russas.

“Até mesmo Melipotol, que os os russos vêm alegando ter conquistado, mas não vimos nada que comprove isso, permanecem em mãos ucranianas”, explicou, dizendo que a Rússia falhou em capturar os locais estabelecidos no primeiro dia de invasão.

A invasão da Rússia na Ucrânia começou na última quinta-feira (24), e o conflito vem se arrastando e tendo repercussões por todo o globo. O principal objetivo russo no momento é conquistar a capital Kiev.

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Avião da Embraer pode ter sido abatido por sistema de defesa russo, indicam fontes

O acidente com o avião da Azerbaijan Airlines que deixou 38 mortos na última quarta-feira pode ter sido causado por um sistema de defesa aérea russo, segundo informações obtidas pela agência Reuters. A suspeita foi inicialmente levantada por Andriy Kovalenko, membro da segurança nacional ucraniana, que mencionou imagens mostrando coletes salva-vidas perfurados. Especialistas em aviação e militares corroboraram a análise, e até mesmo a mídia russa considerou a possibilidade de a aeronave ter sido confundida com um drone ucraniano.

Enquanto isso, as autoridades russas e do Cazaquistão pedem cautela. Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, declarou que especulações sobre as causas são prematuras, e o presidente do Senado do Cazaquistão, Mäulen Äşimbaev, reforçou que a investigação está em andamento, garantindo transparência nos resultados.

O avião, que partiu de Baku, capital do Azerbaijão, com destino a Grozny, na Rússia, desviou significativamente de sua rota antes de cair no Cazaquistão. A companhia aérea inicialmente sugeriu que o acidente poderia ter sido causado por colisão com aves, mas especialistas descartaram essa hipótese. Serik Mukhtybayev, especialista cazaque, e o brasileiro Lito Sousa destacaram que os danos nos destroços apontam para uma causa externa, possivelmente relacionada a um ataque.

Relatos e análises reforçam a teoria de que o avião foi atingido por um míssil. Um piloto militar francês, sob anonimato, afirmou que os danos na cauda são consistentes com explosões de estilhaços. O blogueiro russo Yuri Podolyaka também mencionou sinais típicos de sistemas antiaéreos.

Dados do site Flightradar24 mostram que o avião enfrentou interferências de GPS antes do acidente, algo já atribuído à Rússia em ocasiões anteriores. A Chechênia, destino final do voo, havia sido alvo de ataques com drones no mesmo período, segundo informações locais.

O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, evitou especular, atribuindo o desvio de rota ao mau tempo. A caixa-preta do avião foi recuperada e será analisada para determinar a causa do acidente. Das 67 pessoas a bordo, 29 sobreviveram, sendo que 11 permanecem em estado grave.

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