Avaliação do STF melhora e rejeição cai, principalmente entre anti-Bolsonaro

STF vai proibir demissões sem justa causa? Entenda

Uma pesquisa revelou que críticos do governo Bolsonaro são os que melhor avaliam positivamente a imagem do Supremo Tribunal Federal (STF). A informação foi constatada em uma enquete realizada pelo Datafolha na qual também consta que diminuiu a rejeição à Corte. 

 

Em julho deste ano, 33% das pessoas reprovaram a atuação dos ministros e agora caiu para 31%. Esse percentual é o mesmo de aprovação. O instituto aponta que homens (36%), com mais instrução (40%), ricos (61%) e apoiadores do atual governo (50%) lideram na rejeição ao STF.

 

Avaliação popular do STF

Julho de 2022 Dezembro de 2022
Avaliação Positiva 23% 31%
Avaliação Negativa 33% 31%
Avaliação Regular 34%
Não sabe avaliar 4%

Fonte: Datafolha

 

A relação entre o governo Lula e o Judiciário deve ser boa, segundo a população. Após uma sequência de embates desde a Operação LavaJato iniciada na gestão de Dilma Rousseff, em 2014, a tendência é de uma relação amistosa para 54% das pessoas ouvidas pela Datafolha. A maioria delas é da região Nordeste, reduto eleitoral do petista. Os ricos são os que mais duvidam de uma boa relação a partir do ano que vem.

 

O discurso de Lula na cerimônia de diplomação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) liderada pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, neste mês deu sinais de que o passado é passado. Ele elogiou o “enfrentamento à violência, à ilegalidade, ao desrespeito” e se comprometeu a “construir um verdadeiro Estado democrático, garantir a normalidade institucional e lutar contra todas as formas de injustiça, que recebo pela terceira vez este diploma de presidente eleito do Brasil”.

 

A pesquisa Datafolha ouviu 2.026 pessoas em 126 municípios de todo o Brasil e tem índice de confiança de 95%. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

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PF indiciou Bolsonaro e militares por plano de golpe e assassinato de autoridades

A Polícia Federal (PF) indiciou, nesta quinta-feira, 21, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em um inquérito que apura uma tentativa de golpe de Estado no Brasil, após as eleições presidenciais de 2022, nas quais Bolsonaro foi derrotado. Além do ex-presidente, a PF concluiu que mais 36 pessoas estão envolvidas, entre elas ex-ministros do governo, como Anderson Torres (Justiça), Augusto Heleno (GSI), e Braga Netto (Defesa), além de outros militares e aliados do ex-presidente.

O relatório final foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e aponta que os indiciados foram responsáveis por tramas golpistas, ações relacionadas aos atos de 8 de janeiro, e até um plano para assassinar o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSD), e o ministro do STF Alexandre de Moraes.

O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, também foi indiciado e prestou depoimento ao STF nesta quinta-feira, 21, sendo considerado um dos últimos testemunhos a serem ouvidos no caso.

Entre os crimes atribuídos aos indiciados estão: abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.

Plano de assassinato

Além das investigações sobre os atos golpistas, a PF realizou uma operação, na terça-feira (19), contra uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos de Lula, Alckmin e Moraes. A organização, composta principalmente por militares das Forças Especiais, visava a realização de um golpe para impedir a posse do governo eleito em 2022.

A investigação revelou que o plano de assassinato foi preparado para o dia 15 de dezembro de 2022, e que Moraes estava sendo monitorado de forma contínua. A organização também tinha a intenção de criar um “Gabinete Institucional de Gestão de Crise” para gerenciar as consequências de suas ações.

A PF concluiu que Bolsonaro tinha pleno conhecimento do plano, o que agrava ainda mais a situação do ex-presidente.

O 8 de Janeiro e as consequências

Em 8 de janeiro de 2023, seguidores de Bolsonaro invadiram e depredaram os prédios dos Três Poderes em Brasília, em protesto contra o resultado das eleições de 2022. O governo federal decretou intervenção na segurança do Distrito Federal e mais de 1.800 pessoas foram presas nos dias seguintes.

As investigações sobre os atos de 8 de janeiro identificaram financiadores e grupos organizados que planejaram os ataques. Bolsonaro passou a ser investigado após surgirem evidências de que ele havia incentivado discursos golpistas, levando o STF a aceitar denúncias contra centenas de envolvidos. Vários réus já foram condenados por crimes como associação criminosa, dano ao patrimônio público e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

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