Avanço de dunas ameaça residências em Imbé, RS: solução pode envolver replantio de vegetação

avanco-de-dunas-ameaca-residencias-em-imbe2C-rs3A-solucao-pode-envolver-replantio-de-vegetacao

Mais uma praia do RS sofre com avanço de dunas sobre casas; solução pode envolver trocar areia e vegetação de lugar

Moradores relatam prejuízos e risco de desabamento. Prefeitura faz manejo com replantio de vegetação nativa, mas solução é paliativa

Avanço de dunas compromete casas em Imbé

Avanço de dunas compromete casas em Imbé

Mais um município do Litoral Norte do Rio Grande do Sul tem precisado lidar com o avanço de dunas sobre as casas. Em Imbé, a movimentação da areia vem preocupando moradores às vésperas da temporada de veraneio.

A situação se assemelha a um problema que já afeta outras áreas do Litoral Norte, como a Barra de Tramandaí, onde o avanço das dunas sobre casas e ruas levou a prefeitura a buscar autorização para obras de contenção, e a praia de Maristela, em Xangri-Lá, onde a passarela que liga a calçada à faixa de areia voltou a ser tomada pelas dunas.

A administradora Rita de Cássia Assunção, que veraneia há 22 anos na cidade, relata que encontrou o telhado e o banheiro da residência destruídos pela areia ao chegar em casa, no início de novembro. Na casa de Rita, a areia se espalhou pelo chão, mas também se acumulou no telhado, provocando o desabamento da estrutura. A cozinha também corre risco de desabar, segundo a moradora.

Dunas superam muros e soterram objetos em casas de Imbé, no Litoral Norte do RS; na foto, uma bicicleta praticamente debaixo de areia.

A vegetação nativa das dunas, típica do Rio Grande do Sul, começou a crescer dentro dos terrenos. As raízes já estão profundas, o que indica que o acúmulo de areia não é recente e continua avançando. Veja no vídeo acima.

A Prefeitura de Imbé realiza visitas técnicas para avaliar a necessidade de retirada da areia. O manejo consiste em afastar a duna de três a quatro metros das casas, no sentido do mar, seguido do replantio de vegetação nativa, que ajuda a segurar a areia e funciona como barreira natural contra o vento. “Sendo autorizado, a prefeitura é responsável pelo acompanhamento técnico. A contratação de maquinário é com o proprietário, que nos avisa quando for executar o manejo”, explicou Pâmela Antony, bióloga da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Imbé, que ressalta: “É uma solução paliativa, não vai durar para sempre.”

A Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) informa que as dunas são áreas de preservação permanente. Intervenções devem ser incluídas no plano de manejo do município e passam por análise técnica da fundação, que pode autorizar ou negar a ação. Konzen reforça que a solução exige envolvimento coletivo: “Tem que ter participação da população, atividades da prefeitura e envolvimento em nível de estado e União. Talvez envolva construir contenções mais efetivas, mas também tentar ‘vegetar’ [plantar vegetação no local], o que nem sempre é simples.”

Areia avança sobre casas e preocupa moradores em Imbé

Box de Notícias Centralizado

🔔 Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram e no WhatsApp