Babá gravada por câmera escondida de patrão será indenizada em R$ 15 milhões

Babá gravada por câmera escondida de patrão será indenizada em R$ 15 milhões

Uma babá colombiana foi indenizada em R$ 15,3 milhões após ser filmada nua secretamente por seu patrão milionário em Nova York. O incidente, que ocorreu em 2021, levou a um julgamento que resultou em uma das maiores indenizações já concedidas por violação de privacidade nos Estados Unidos

A vítima, uma babá colombiana, trabalhava para um patrão milionário em Nova York. Sem o seu conhecimento ou consentimento, ela foi filmada nua pelo empregador, o que constitui uma grave violação de sua privacidade. O caso veio à tona quando a babá descobriu as gravações e decidiu levar o assunto à justiça.

Crime

A vítima havia passado por um treinamento de uma empresa de au pair, que intermediou a ida dela aos EUA e o trabalho na casa do empresário, identificado como Michael Esposito. Ela ficara responsável por cuidar dos quatro filhos do casal, na casa dos pais da esposa de Michael.

Em depoimento, a babá relatou ter flagrado o empregador diversas vezes no quarto onde ela dorme e mexia no detector de fumaça no teto com frequência. Ela teria achado estranho e, três semanas depois da última mudança no detector, encontrou uma câmera com cartão de memória, contendo diversas gravações dela no cômodo.

Nos vídeos, a mulher aparece nua, se vestindo ou se despindo. A baba relatou que, minutos depois de encontrar a câmera, o empresário apareceu na residência e bateu na porta do quarto dela. Ela pulou da janela do primeiro andar e acabou machucando o joelho.

A mulher relatou os crimes para a polícia e um acordo judicial entre ela e a empresa de au pair foi firmado em agosto. Já o empresário foi preso em março de 2021 sob acusação de vigilância ilegal, que é passível de até 4 anos de prisão. Ele foi liberado sob condição de acompanhamento por um ano e condenação de dois anos em liberdade condicional.

A Justiça dos Estados Unidos determinou no júri de Manhattan, que a babá deveria receber uma indenização de US$ 2,78 milhões, o equivalente a aproximadamente R$ 15,3 milhões. Além disso, o acusado e a mulher deverão pagar mais US$ 780 mil em danos morais à au pair.

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Quatro estudantes da PUC-SP são desligados após se envolverem em atos racistas durante jogo

Quatro estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram desligados de seus estágios em escritórios de advocacia após um vídeo viralizar nas redes sociais, mostrando atos de racismo e aporofobia cometidos durante uma partida de handebol nos Jogos Jurídicos Estaduais. O incidente ocorreu no último sábado, 17, em Americana, interior de São Paulo. Nos registros, os alunos ofenderam colegas da Universidade de São Paulo (USP), chamando-os de “cotistas” e “pobres”.

As demissões foram confirmadas por meio de notas oficiais enviadas às redações. O escritório Machado Meyer Advogados, por exemplo, anunciou a demissão de Marina Lessi de Moraes, afirmando que a decisão estava alinhada aos seus valores institucionais, com o compromisso de manter um ambiente inclusivo e respeitoso. O escritório Tortoro, Madureira e Ragazzi também confirmou a dispensa de Matheus Antiquera Leitzke, reiterando que não tolera práticas discriminatórias em suas instalações. O Castro Barros Advogados fez o mesmo, informando que Arthur Martins Henry foi desligado por atitudes incompatíveis com o ambiente da firma. O escritório Pinheiro Neto Advogados também comunicou que Tatiane Joseph Khoury não faz mais parte de sua equipe, destacando o repúdio ao racismo e qualquer forma de preconceito.

Repercussão do caso

O episódio gerou forte indignação nas redes sociais e foi amplamente criticado. O Centro Acadêmico XI de Agosto, que representa os alunos da Faculdade de Direito da USP, se manifestou, expressando “espanto, indignação e revolta” com as ofensas racistas e aporofóbicas proferidas pelos alunos da PUC-SP. A instituição ressaltou que o incidente representou uma violência contra toda a comunidade acadêmica.

Em resposta, a reitoria da PUC-SP determinou a apuração rigorosa dos fatos pela Faculdade de Direito. Em comunicado, a universidade afirmou que os responsáveis serão devidamente responsabilizados e conscientizados sobre as consequências de suas atitudes. A PUC-SP reiterou que manifestações discriminatórias são inaceitáveis e violam os princípios estabelecidos em seu Estatuto e Regimento.

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