Baixa adesão de policiais às câmeras corporais na megaoperação no RJ: apenas 23% utilizaram, diz governo ao STF

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MEGAOPERAÇÃO: apenas 23% dos policiais utilizaram câmeras corporais, informou o Governo do RJ ao STF

O Estado afirmou ter preservado todas as imagens disponíveis e citou uma pane que deixou 32 câmeras inoperantes. O ministro Alexandre de Moraes cobrou esclarecimentos sobre as divergências nos dados da ação que deixou 121 mortos.

O Governo do Rio de Janeiro informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que 569 câmeras corporais, sendo 62 da Polícia Civil e 507 da Polícia Militar, foram utilizadas na megaoperação realizada em 28 de outubro nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio.

O relatório oficial entregue pelo governo ao STF apresentou 100 presos (17 por mandados e 83 em flagrante) e 96 fuzis apreendidos. Os números divergem de balanços anteriores divulgados à imprensa e de documentos de outros órgãos.

Um relatório da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) apontou que uma estação de recarga com defeito deixou 32 câmeras inoperantes, o que impediu a retirada do equipamento por vários policiais civis. Alguns agentes também relataram instabilidade do sistema de operação das câmeras na saída para a operação.

Segundo o governo, todas as gravações geradas pelas câmeras da Polícia Civil foram classificadas como “evidência”, garantindo a preservação integral. A Polícia Militar informou ter requisitado medidas técnicas à empresa responsável para assegurar que todas as imagens captadas sejam mantidas.

O governador Cláudio Castro (PL) reiterou ao STF que o estado entregou “100% das informações complementares” solicitadas pelo ministro Alexandre de Moraes após o primeiro envio de dados da Operação Contenção. Moraes havia determinado que o governo esclarecesse divergências nos números divulgados pela Secretaria de Segurança Pública e por outros órgãos, além de exigir a preservação das imagens de todas as câmeras corporais utilizadas.

No relatório entregue ao STF, o Governo do Rio de Janeiro afirmou que a megaoperação foi “absolutamente imprescindível” para cumprir 51 mandados de prisão e 145 mandados de busca e apreensão contra a cúpula do Comando Vermelho (CV). O documento detalha os alvos e a importância da operação para a segurança pública.

A Operação Contenção mobilizou 2,5 mil agentes e resultou em 121 mortos, incluindo quatro policiais. A ação das forças de segurança também fez 113 presos. O objetivo do STF é permitir acesso pleno à prova pelo Ministério Público e garantir o acompanhamento pela Defensoria Pública, assegurando a transparência e a legalidade das operações policiais.

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