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Baixa umidade do ar ‘empurra’ Goiás para estado de alerta 

Última atualização 07/07/2022 | 16:36

Goiás está há quase três meses sem chuvas e o tempo seco está baixando os níveis de umidade a ponto de o estado entrar em alerta em breve. A estiagem, comum para o período, é resultado de uma massa de ar seco que, com o passar dos meses, deve se tornar mais quente e aumentar as temperaturas. As primeiras chuvas devem ocorrer somente entre 20 e 25 de setembro. 

“A secura aqui não tem a ver com questões geográficas, como relevo, ou porque está chovendo muito no sul do Brasil, no nordeste ou extremo norte do País. A questão é o bloqueio atmosférico que mantém o tempo mais estável”, explica o gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), André Amorim.

Na capital Goiânia já são 52 dias sem pancadas de chuva e em outros municípios a média de estiagem varia entre 60 e 75 dias. De acordo com a escala psicrométrica que aponta os níveis de criticidade da umidade do ar, o estado de atenção seria de 21% e 30% e o de alerta variando entre 12% e 20%. Segundo as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), a umidade relativa do ar ideal para a saúde humana seria acima dos 60%. 

A  redução de vapor d’água na atmosfera dos atuais 25% para a faixa dos 20% exige ainda mais cuidados com a saúde, como evitar exercícios físicos e trabalhos ao ar livre entre 10 e 16 horas e utilização de soro fisiológico para olhos e narinas. De acordo com a médica imunologista e alergista Patrícia Marques, a constante mudança do tempo deixa as pessoas mais suscetíveis a gripes, agravamento dos quadros de asmas, rinites e sinusites.

“As doenças respiratórias e as infecções virais ficam mais agravadas e pode levar a pessoa a ter dificuldade respiratória, tosse, rouquidão e isso agrava muito a saúde, deixa a pessoa debilitada”, detalha a médica.

Mudança de cenário

Conforme informações do Cimehgo, o mês de julho deve se manter com manhãs frias e tardes bem mais quentes. É a chamada amplitude térmica, que é a diferença entre a temperatura mínima e máxima. A mudança climática está relacionada a um bloqueio atmosférico que tem impactado boa parte do Brasil. No entanto, no final do ano, o cenário deve mudar radicalmente. A chance de temporais causando enchentes e estragos é altíssima.  

“Teremos que esperar até meados de outubro para que as chuvas se estabeleçam ocorrendo com continuidade. A La Niña dominará este ano novamente, o que vai favorecer chuvas intensas em algumas regiões de Goiás. A expectativa para dezembro é preocupante com a possibilidade de acompanharmos episódios de chuvas intensas na região centro-norte de Goiás, especialmente no norte e nordeste do estado, como aconteceu no ano passado”, avalia Amorim.

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