Balança comercial de Goiás em abril cresce acima da brasileira

Mesmo durante a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus (Sars-Cov-2), a balança comercial de Goiás segue apresentando dados positivos que mostram aquecimento das atividades econômicas no Estado, especialmente em setores como o agronegócio e a indústria. No último mês de abril, as exportações do Estado somaram US$ 611,87 milhões, 6,4% a mais do que no mesmo período do ano passado, produzindo superávit de US$ 411,6 milhões. Os dados constam de um relatório produzido em conjunto pelas secretarias de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Desenvolvimento e Inovação (Sedi) e Indústria, Comércio e Serviços (SIC).

No mês passado, em comparação com mesmo período de 2019, o complexo soja, que engloba o produto ¬in natura, o óleo de soja e bagaços e farinhas, houve variação positiva de 13,68%, totalizando US$ 375,1 milhões. Ainda no agronegócio, a exportação do item carnes (bovina, suína, de aves e outras) apresentou crescimento de 13,46% em relação a abril de 2019, totalizando US$ 94,02 milhões.

Já o complexo milho, que engloba o produto in natura, grãos trabalhados, farinha e óleo, além de grumos e sêmola, obteve uma variação positiva de 86,1% em comparação entre abril de 2020 com 2019, atingindo US$ 4,3 milhões.

Titular da Secretaria de Indústria, Comércio e Serviços, Wilder Morais vê os números da balança com entusiasmo, mas lembrando que o cenário na economia mundial é de retração e as perspectivas de curto e médio prazos não são favoráveis. Segundo ele, enquanto as exportações brasileiras recuaram – 5,03%, as de Goiás aumentaram em 3,34%. “E o saldo comercial brasileiro subiu 18,54% no mês, e o de Goiás quase dobrou em relação a abril de 2019, aumentando 34,57%. Sem contar que nosso Estado foi o responsável por 3,34% de todas as exportações brasileiras, resultado bem melhor do que os 2,98% no mesmo mês de 2019”, informou Wilder.

O secretário de Desenvolvimento e Inovação, Adriano da Rocha Lima, ressaltou que, por meio da aplicação de novas tecnologias, em especial nos setores de agronegócio e mineração, empresas que operam em Goiás têm tido ganhos substanciais de produtividade, tornando seus produtos mais competitivos no mercado Internacional.

Para o superintendente de Produção Rural Sustentável da Seapa, Donalvam Moreira da Costa Maia, esses números mostram a importância do agronegócio para a economia goiana. “A força do agronegócio em Goiás tem dois importantes papéis nesse cenário: abastecer os mercados com alimentos e amortecer o impacto da crise econômica no Estado”, explica.

Outros indicadores mostram também que alguns setores da indústria no Estado permanecem aquecidos, mesmo com a pandemia. Em abril, houve uma expansão de 37,22% na exportação de máquinas, equipamentos e aparelhos elétricos e mecânicos em relação ao mesmo período de 2019, totalizando US$ 3,5 milhões. No acumulado de janeiro a abril deste ano em comparação com o ano passado, essa variação positiva nesses itens atinge 118%.

No ranking de itens importados pelo Estado, produtos farmacêuticos, fertilizantes e produtos químicos orgânicos aparecem, respectivamente, nas três primeiras posições com variações positivas de 9,36%, 11,61% e 23,62%.

China
Em abril deste ano, a China foi, novamente, o principal destino das exportações de Goiás, liderando com 53% de participação dentre todos os países que compraram produtos goianos.

O subsecretário de Assuntos Metropolitanos, Infraestrutura, Cidades e Comércio Exterior da Sedi, Everton Correia, destaca a liderança chinesa e, segundo o superintendente de Negócios Internacionais da pasta, Edival Lourenço Jr, o cenário pós-pandemia no País asiático deve ser favorável para os produtos goianos.

“Com a normalização pós-pandemia e a retomada gradual da economia chinesa, Goiás tende a ser positivamente impactado pela crescente demanda por alimentos e minerais”, projeta.

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Anvisa atualiza regras sobre implantes hormonais

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta sexta-feira (22) no Diário Oficial da Uniãoresolução que atualiza as regras sobre o uso de implantes hormonais, popularmente conhecidos como chips da beleza. O dispositivo, segundo definição da própria agência, mistura diversos hormônios – inclusive substâncias que não possuem avaliação de segurança para esse formato de uso.

A nova resolução mantém a proibição de manipulação, comercialização e uso de implantes hormonais com esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos para fins estéticos, ganho de massa muscular ou melhora no desempenho esportivo. O texto também proíbe a propaganda de todos os implantes hormonais manipulados ao público em geral.

“Uma novidade significativa dessa norma é a corresponsabilidade atribuída às farmácias de manipulação, que agora podem ser responsabilizadas em casos de má prescrição ou uso inadequado indicado por profissionais de saúde. Essa medida amplia a fiscalização e promove maior segurança para os pacientes, exigindo mais responsabilidade de todos os envolvidos no processo”, disse em nota Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbenm).

“É importante destacar que essa nova resolução não significa aprovação do uso de implantes hormonais nem garante sua segurança. Ao contrário, reforça a necessidade de cautela e soma-se à resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que já proibia a prescrição de implantes sem comprovação científica de eficácia e segurança”, destacou a nota.

Entenda

Em outubro, outra resolução da Anvisa havia suspendido, de forma generalizada, a manipulação, a comercialização, a propaganda e o uso de implantes hormonais. À época, a agência classificou a medida como preventiva e detalhou que a decisão foi motivada por denúncias de entidades médicas como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) que apontavam aumento no atendimento de pacientes com problemas.

Na avaliação da Sbem, a nova resolução atende à necessidade de ajustes regulatórios em relação a publicação anterior. A entidade também avalia a decisão de proibir a propaganda desse tipo de dispositivo como importante “para combater a desinformação e proliferação de pseudoespecialistas, sem o conhecimento médico adequado, comuns nas redes sociais”.

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