Bancada feminina articula derrubar veto de Bolsonaro à distribuição de absorvente

Autora da proposta da bancada, deputada Marília Arraes (PT-PE), afirmou que o veto de Bolsonaro atinge todas as mulheres do País.

Bancada feminina articula derrubar veto de Bolsonaro à distribuição de absorvente

Após o presidente Jair Bolsonaro vetar alguns trechos importantes da lei que que previa a distribuição gratuita de absorvente menstrual para estudantes de baixa renda de escolas públicas e pessoas em situação de rua ou de vulnerabilidade extrema, deputadas e senadoras reagiram. Agora, a bancada feminina articula a derrubada do veto dentro do Congresso.

A medida foi aprovada em agosto pela Câmara dos Deputados e em setembro pelo Senado Federal. O objetivo principal era combater a pobreza menstrual. A expressão que se tornou bastante popular nos últimos dias corresponde à falta de acesso ou de recursos para adquirir os itens itens de higiene do período menstrual.

Autora da proposta, a deputada Marília Arraes (PT-PE), afirmou que o veto de Bolsonaro atinge todas as mulheres do País.

“O presidente atinge diretamente todas as mulheres do país. Eu tenho certeza de que esta Casa vai fazer jus à vontade do povo brasileiro, como é nossa obrigação. Nossa função é representar o povo brasileiro e derrubar esse veto, que é um verdadeiro absurdo, absurdo para as mulheres do Brasil”, disse ela.

“Se R$ 84 milhões for muito dinheiro para o governo não dar condição a meninas e mulheres, eu acho que o governo tem que rever os seus princípios. Ele precisa repensar a forma de tratar as mulheres no Brasil”, afirmou A deputada Celina Leão (PP-DF), coordenadora da bancada feminina da Câmara, que destacou o fato de que o projeto tinha um “impacto financeiro mínimo”.

Para que um veto caia, é necessário 257 votos de deputados e 41 de senadores para a rejeição. Ainda não há data para a análise do veto pelo Congresso. Uma nota de repudio foi divulgada pela Senadora Leila Barros (Cidadania-DF) em nome da Procuradoria da Mulher no Senado.

“A Procuradoria Especial da Mulher do Senado acompanhará a sessão do Congresso para analisar o veto e sua possível derrubada, para garantir, que o Estado preencha essa falha e garanta o acesso aos cuidados básicos de saúde menstrual”, afirma a nota.

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Quatro estudantes da PUC-SP são desligados após se envolverem em atos racistas durante jogo

Quatro estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram desligados de seus estágios em escritórios de advocacia após um vídeo viralizar nas redes sociais, mostrando atos de racismo e aporofobia cometidos durante uma partida de handebol nos Jogos Jurídicos Estaduais. O incidente ocorreu no último sábado, 17, em Americana, interior de São Paulo. Nos registros, os alunos ofenderam colegas da Universidade de São Paulo (USP), chamando-os de “cotistas” e “pobres”.

As demissões foram confirmadas por meio de notas oficiais enviadas às redações. O escritório Machado Meyer Advogados, por exemplo, anunciou a demissão de Marina Lessi de Moraes, afirmando que a decisão estava alinhada aos seus valores institucionais, com o compromisso de manter um ambiente inclusivo e respeitoso. O escritório Tortoro, Madureira e Ragazzi também confirmou a dispensa de Matheus Antiquera Leitzke, reiterando que não tolera práticas discriminatórias em suas instalações. O Castro Barros Advogados fez o mesmo, informando que Arthur Martins Henry foi desligado por atitudes incompatíveis com o ambiente da firma. O escritório Pinheiro Neto Advogados também comunicou que Tatiane Joseph Khoury não faz mais parte de sua equipe, destacando o repúdio ao racismo e qualquer forma de preconceito.

Repercussão do caso

O episódio gerou forte indignação nas redes sociais e foi amplamente criticado. O Centro Acadêmico XI de Agosto, que representa os alunos da Faculdade de Direito da USP, se manifestou, expressando “espanto, indignação e revolta” com as ofensas racistas e aporofóbicas proferidas pelos alunos da PUC-SP. A instituição ressaltou que o incidente representou uma violência contra toda a comunidade acadêmica.

Em resposta, a reitoria da PUC-SP determinou a apuração rigorosa dos fatos pela Faculdade de Direito. Em comunicado, a universidade afirmou que os responsáveis serão devidamente responsabilizados e conscientizados sobre as consequências de suas atitudes. A PUC-SP reiterou que manifestações discriminatórias são inaceitáveis e violam os princípios estabelecidos em seu Estatuto e Regimento.

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