Última atualização 12/08/2022 | 07:46
Desde 2020, mais de 300 investigações foram realizadas com o auxílio de uma das ferramentas mais importantes à disposição da Polícia Técnico-Científica de Goiás: o Banco de Perfis Genéticos (BPG). O sistema colabora decisivamente na apuração de crimes, assim como na instrução dos processos e, ainda, na identificação de pessoas desaparecidas.
Essa colaboração se dá por meio do compartilhamento e comparação dos perfis genéticos, feitos a partir do cruzamento das informações de condenados por crimes hediondos como estupros e homicídios, com o DNA colhido no corpo das vítimas e também nos locais dos crimes.
“A perícia criminal é responsável por produzir o que o Judiciário considera a ‘rainha das provas’, que é a prova técnica, fundamental para a elucidação de crimes”, diz a administradora do Banco de Perfil Genético em Goiás, Mariana Flávia da Mota. A perita explica que o banco faz as buscas dos perfis junto a condenados e com base em vestígios. “Então, o sistema apresenta as coincidências genéticas e a polícia investiga com base nisso”.
Todo o exame é realizado no Laboratório de Biologia e DNA Forense da Superintendência de Polícia Técnico-Científica. Em seguida, o perfil é inserido em um banco virtual, que é consultado para confirmação da autoria de um determinado crime que está sob investigação.
Casos de grande repercussão, como o de Wellington Ribeiro da Silva, considerado o maior estuprador em série de Goiás, tiveram esse auxílio decisivo, o que resultou na associação do criminoso, preso em 2019, a 37 vítimas e sua condenação em 11 casos, até o final do ano passado.
Crescimento constante
Mas, o Banco de Perfis Genéticos não é uma ferramenta estática. Ao contrário, cresce e se qualifica continuamente com o incentivo financeiro do Governo Federal, o suporte do governo de Goiás e a dedicação de peritos criminais, médicos legistas, auxiliares de autópsia e de laboratório, fotógrafos criminais e agentes administrativos, que formam o corpo de servidores da Polícia Técnico-Científica.
Essa comunhão de esforços e expertises já levou o banco à marca de mais de 14 mil perfis genéticos, mil coincidências genéticas e a participação direta em mais de 300 investigações criminais desde 2020. “Temos uma equipe altamente qualificada e dedicada, o que garante a qualidade dos nossos resultados e coloca a Polícia Técnico-Científica de Goiás em posição de referência no Brasil”, comemora a perita Mariana Flávia.
A afirmação da perita é atestada pelo relatório da Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos, do segundo semestre de 2021. Segundo o documento, o BPG goiano é o segundo do país em número de matches (quando há casamento entre os materiais analisados), terceiro em perfis genéticos de vestígios e segundo na identificação de pessoas desaparecidas.