LaLiga rejeita nova tentativa do Barcelona e Dani Olmo não pode jogar pelo clube; entenda
O clube tenta reverter a medida por descumprimento do Fair Play Financeiro, mas a inscrição do jogador é novamente negada pela entidade; o meia está livre no mercado
O Barcelona teve mais uma derrota na tentativa no caso Dani Olmo. A LaLiga e a RFEF reafirmaram, neste sábado, o cancelamento do registro do jogador e de Pau Víctor do time catalão. A entidade colocou novamente que o clube não cumpriu com as normas para atender às regras econômicas e manter os jogadores em situação regularizada.
De acordo com o comunicado em conjunto da LaLiga e da RFEF, o pedido do Barcelona feito após a data estipulada, 2 de janeiro, foi rejeitado. Com isso, o clube não pode mais inscrever nenhum jogador na segunda metade do Campeonato Espanhol 2024/25.
“Após análise da regulamentação federativa aplicável, a Comissão de Acompanhamento concorda em não conceder o visto prévio ou a licença definitiva solicitado pelo FC Barcelona para os jogadores Daniel Olmo e Pau Víctor.” — diz um trecho do comunicado da LaLiga
O clube catalão estava tentando solucionar o problema há algumas semanas. Chegou a entrar na Justiça para resolver a inscrição de Dani Olmo, mas o Tribunal de Primeira Instância 47 de Barcelona rejeitou as acusações apresentadas pelo Barcelona. O presidente do Barcelona, Joan Laporta, havia prometido que solucionaria a questão “de qualquer maneira”, mas isso também não aconteceu.
Dani Olmo tem a opção de rescindir unilateralmente o seu contrato com o Barcelona e ficar livre no mercado — há uma cláusula que permite isso. Ele assinou vínculo com o clube espanhol até junho de 2030, sendo que o Barcelona se comprometeu a pagar por ele cerca de 55 milhões de euros (hoje R$ 354,8 milhões).
Porém, no meio de todas as tentativas do Barcelona, o agente do jogador, Andy Bara, disse que o meia tinha o desejo de continuar no Barcelona. Ambos estavam confiantes que o clube conseguiria a inscrição para a continuação da temporada.
Com as derrotas em sequência no caso Dani Olmo, o presidente Joan Laporta e sua administração, estão sofrendo com os ataques da oposição da política do Barcelona. O grupo “Som un Clam”, na última quinta-feira, emitiu um comunicado solicitando diretamente a renúncia do atual conselho do clube, por considerar que o atual mandatário realiza uma gestão “errada”, que afeta a reputação e o futuro da instituição.
ENTENDA O CASO:
As incertezas sobre a utilização de Dani Olmo na temporada começaram ainda em agosto, logo após a contratação do jogador, um dos destaques da Euro 2024. Ele deixou o RB Leipzig para assinar com o Barcelona por 55 milhões de euros (R$ 340 milhões na cotação da época). O meia espanhol chegou no início daquele mês, mas viveu uma indefinição se seria regularizado a tempo, esperando até o dia 28 para ser inscrito em LaLiga. Tudo por conta das rígidas regras de Fair Play Financeiro da competição, que também miram as folhas salariais.
O Barcelona tentou diversas alternativas para abrir espaço em sua inchada folha para conseguir inscrever o reforço. E o processo acabou facilitado por uma grave lesão sofrida por Andreas Christensen. O zagueiro sofreu um problema no tendão de Aquiles, tendo previsão de baixa por um longo período. Isso fez com que o Barcelona recorresse a uma brecha do regulamento, que permite que 80% do salário de um atleta seja descontado na prestação de contas em caso de problemas físicos graves.
Assim, Olmo foi inscrito em LaLiga, mas só até o dia 31 de dezembro. O clube ganhou tempo para tentar regularizar de vez a situação dele e de Pau Víctor, mas acabou novamente com a corda no pescoço. O clube ainda tentou uma medida judicial para questionar LaLiga, dizendo que a lesão grave sofrida pelo goleiro Ter Stegen abriu mais um espaço na folha salarial, e ela serviria também para abrir os pagamentos a Dani Olmo e Pau Víctor, mesmo com a volta de Christensen aos gramados. A liga rebateu, indicando que a chegada do goleiro Szczesny já preencheu a lacuna aberta pela lesão de Ter Stegen (que fica com 80% do salário descontado do Fair Play enquanto se recupera).
O Barcelona, assim, precisará aumentar sua receita para conseguir se encaixar nas regulamentações da LaLiga. Aliás, a imprensa espanhola diz que os dirigentes do Barça esperavam que o novo contrato assinado com a Nike na última semana seria suficiente, já que tratava de cifras bilionárias. Porém, o valor será pago pela patrocinadora ao longo dos 14 anos de vínculo, o que não resolve a situação imediatamente.