Barra Torres afirma que Bolsonaro queria mudar bula da cloroquina

Nesta terça-feira (11), o presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres afirmou em seu depoimento a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, que havia uma proposta para que a bula da cloroquina fosse alterada para recomendar o uso contra o vírus. Segundo a Organização Mundial da Saúde,  a cloroquina e a hidroxicloroquina não tem eficácia contra o coronavírus.

Barra Torres disse que não houve pressão governamental para a aprovação do medicamento no combate a pandemia, porém uma reunião de ministros e Bolsonaro, que contou com a presença da médica Nise Yamaguchi, tinha o objetivo de mudar a bula do medicamento. “Só quem pode modificar a bula de um medicamento registrado é a agência reguladora do país (a Anvisa), mas desde que solicitado pelo detentor do registro”, disse.

Sendo assim, a mudança só poderia ser feita se fosse pedida pelos laboratórios que produzem a cloroquina, se houvesse a descoberta de que o medicamento tem esse funcionamento, mas isso não aconteceu. “Se a indústria descobre que o remédio tem essa função, isso representa um ganho para a sociedade e obviamente ganho de dinheiro para aquele laboratório. Então, uma pessoa física propor isso não tem cabimento”, afirmou Barra Torres.

Barra Torres disse ainda que não tem informações sobre quem criou o documento. O presidente da Anvisa afirma que “Não há evidências que apontem para a eficácia (da cloroquina contra covid) em estudos clínicos ortodoxamente regulados, ou seja, com placebo, duplo cego e randomizados”. Ainda assim, o presidente Jair Bolsonaro tem defendido publicamente os remédios para o que ficou conhecido como “tratamento precoce” da doença

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Bolsonaro pode apoiar Daniel Vilela em 2026

“Wilder não sabe se será o presidente do PL até lá. Eu vou apoiar para o governo de Goiás quem o Bolsonaro indicar”, afirma o vereador eleito em confronto com o senador.

Com a atenção voltada para a sucessão estadual de 2026, o vereador eleito de Goiânia, Major Vitor Hugo (PL), organizou um encontro entre o vice-governador Daniel Vilela (MDB) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após as eleições municipais. A reunião surpreendeu a cúpula do PL em Goiás, que reagiu com um comunicado repudiando a ação de Vitor Hugo. Essa articulação, no entanto, lança dúvidas sobre a liderança do senador Wilder Morais, presidente do PL em Goiás, especialmente após a fraca performance do partido nas eleições municipais deste ano.

De acordo com Major Vitor Hugo, a reunião foi autorizada por Bolsonaro e abordou o cenário eleitoral tanto nacional quanto estadual. O vice-governador Daniel Vilela, que deverá assumir o governo em abril de 2026, se posiciona como um candidato natural para suceder o governador Ronaldo Caiado (União Brasil). O grupo governista saiu fortalecido das eleições municipais, tendo conquistado cerca de 200 prefeituras, além da expressiva popularidade de Caiado, que atingiu uma aprovação de 88%, conforme pesquisa Quaest divulgada recentemente.

Wilder Morais também se declarou pré-candidato ao governo de Goiás. No entanto, ao contrário de Vilela, o projeto eleitoral do senador enfrenta diversos obstáculos. “Essa definição, conforme a lei e o estatuto do PL, será tomada em julho de 2026, durante a convenção. Afirmar que é candidato com um ano e meio de antecedência é uma posição individual”, alertou Vitor Hugo em entrevista ao jornal O Popular.

“Wilder não sabe se será o presidente do PL até lá. Eu irei apoiar para o governo de Goiás quem o Bolsonaro indicar. Apoiarei também para o Senado quem o Bolsonaro indicar, assim como segui as suas orientações nas eleições deste ano”, enfatizou Major Vitor Hugo, sugerindo que as decisões eleitorais dentro do PL são predominantemente determinadas pelo ex-presidente.

A tensão no PL e a deterioração da liderança de Wilder Morais se refletem nos resultados das eleições municipais. O senador havia anunciado que o partido teria um desempenho robusto e sairia fortalecido para a sucessão estadual. Contudo, o resultado ficou muito aquém das expectativas, com apenas 26 prefeitos eleitos, menos da metade do que foi inicialmente projetado.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp