BBAS3: Banco do Brasil apresenta lucro, dividendo e ROE menores, mas possivelmente bem precificados

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A expectativa já era de números fracos, mas o segundo trimestre de 2025 (2T25) do Banco do Brasil (BBAS3) conseguiu decepcionar ainda mais o mercado ou tudo já estava no preço? O lucro líquido de R$ 3,8 bilhões representou uma queda anual de 60%, abaixo do consenso reduzido. Revisões do guidance e corte dos dividendos também compuseram o cenário negativo, embora já relativamente precificado. Os papéis BBAS3 inicialmente caíram 2,22%, mas depois subiram 1,76% depois da abertura do mercado. Os números refletiram principalmente a piora da qualidade de crédito e o consequente aumento das provisões, levando o ROE para o menor patamar desde 2016.

A XP Investimentos comentou que, embora resultados fracos fossem antecipados, dados do Banco Central em maio sugeriam um trimestre ainda pior do que o inicialmente esperado. As expectativas dos investidores já haviam se ajustado para cerca de R$ 4 bilhões em lucro e 10% de ROE. Durante a teleconferência pós-resultados, foi destacado que no 2T25 a carteira de crédito agrícola foi a principal responsável pelas provisões, além do aumento da inadimplência em PMEs, especialmente em empréstimos renegociados e reestruturados. O CFO Giovanne Tobias enfatizou que 2025 será um ano de ajuste nos resultados, com recuperação esperada a partir de 2026.

A Genial destacou quatro pontos negativos do balanço: inadimplência persistente no agronegócio, aumento da inadimplência em PF e PMEs, salto no custo de crédito e nova resolução que exige reconhecimento de receitas. O Banco do Brasil registrou despesas não recorrentes com a adesão ao Programa de Transação Tributária, mas o impacto líquido não teve relevância material sobre o lucro do trimestre. Antes da abertura dos mercados, o Itaú BBA avaliou que embora tenha sido um trimestre fraco, a nova projeção pode amenizar a pressão.

O Bradesco BBI apontou que os lucros do Banco do Brasil ficaram abaixo das expectativas, impactados pelo aumento das provisões de crédito. O banco revisou sua projeção para 2025 para lucro líquido entre R$ 21 bilhões e R$ 25 bilhões, indicando uma recuperação da Margem Financeira Bruta (MFB), com as provisões mantidas em níveis elevados. A revisão do guidance indicou uma expectativa de lucro ligeiramente superior no 2S25 em relação ao 1S25. O BB ainda reduziu o payout de 45% para 30%, voltado à preservação de capital diante dos resultados fracos.

A Suno Research apontou que o mercado pode reagir negativamente diante da queda no lucro líquido e a perspectiva de dividendos módicos em 2025. Assumindo um lucro de R$ 20,4 bilhões e um payout de 30%, o dividend yield seria de 5,4%. Apesar das incertezas, o Banco do Brasil projeta crescimento na carteira de crédito e uma melhora gradual nos resultados. Os investidores aguardam por mais visibilidade nas tendências de piora da qualidade de crédito, mantendo uma postura cautelosa.

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