BC anuncia terceira intervenção no mercado de câmbio

O Banco Central (BC) anunciou hoje (18) a terceira intervenção no mercado de câmbio, por meio de leilão de swap cambial tradicional, que equivale à venda de dólares no mercado futuro e ajuda a segurar a alta ou forçar uma queda da moeda.

Criado em 2001, o swap cambial é uma ferramenta que permite ao Banco Central intervir no câmbio sem comprometer as reservas internacionais. O BC vende contratos de troca de rendimento no mercado futuro. Apesar de serem em reais, as operações são atreladas à variação do dólar.

O objetivo dessas operações é oferecer proteção cambial para as empresas em momentos de forte oscilação da cotação e liquidez (recursos disponíveis) no mercado. Por volta das 14h20 de hoje, o dólar comercial era negociado para venda a R$ 3,3670, com alta de 7,4%.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) chegou a paralisar as atividades no início do pregão desta quinta-feira. As operações foram suspensas por meia hora a partir do mecanismo do circuit breaker, que amortece movimentos bruscos do mercado.

A paralisação acontece sempre que o Ibovespa cai mais do que 10%. Na abertura desta manhã, índice da bolsa chegou aos -10,6%.

No início da tarde, a bolsa ainda operava em baixa de -9,18%. No entanto, uma nova interrupção, dessa vez de uma hora, só deve ocorrer se o pregão cair abaixo de 15%. O instrumento acionado hoje não era usado desde outubro de 2008. Em caso de uma terceira queda, ultrapassando os -20%, os negócios podem ser suspensos por tempo indeterminado, a critério da direção da bolsa.

Títulos públicos

Pela manhã, o Tesouro Nacional informou que, em razão da volatilidade observada no mercado, não realizará os leilões de venda de Letras do Tesouro Nacional (LTN), com vencimentos em abril de 2018 e 2019 e em julho de 2020. Também não será promovido leilão de Letras Financeiras do Tesouro Nacional (LFT), com vencimento em março de 2023.

Fonte: Agência Brasil

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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