O Banco Central (BC) indeferiu a compra do Master pelo estatal BRB nesta quarta-feira (3), de acordo com fontes ligadas à operação. O BRB já foi notificado sobre a decisão. Após a notícia, o BRB emitiu comunicado informando acionistas sobre o indeferimento e busca entender os motivos por trás da decisão, mantendo confiança nos fundamentos da negociação. A intenção é mitigar os riscos identificados pelo BC.
A decisão do Banco Central era o último passo regulatório necessário para concluir a operação, que já vinha sendo analisada há quase um ano. A venda do Master para o BRB causou impacto no setor bancário devido à relação do centrão com Daniel Vorcaro, dono do Master, e a operações arriscadas envolvendo precatórios e CDBs.
O projeto de lei que dá poderes a deputados e senadores para demitir diretores e presidente do BC, lançado pelo centrão no Congresso, foi visto pelo governo como uma pressão para aprovar o negócio. O diretor responsável por recomendar a aprovação ou rejeição da operação, Renato Gomes, era o mais resistente à negociação.
Em relação ao processo de aquisição, o BRB tinha como condição uma auditoria nos ativos e passivos do Master. A Superintendência-Geral do Cade já havia aprovado a compra em junho, sem restrições. De acordo com o Cade, o negócio não prejudicava a concorrência, já que a participação no mercado ficaria abaixo de 20%.
A possível aquisição de 58% do Master pelo BRB foi anunciada em março e envolveria a compra de ações ordinárias e preferenciais. O BRB, banco estatal controlado pelo governo do Distrito Federal, sob a gestão de Ibaneis Rocha, visava expandir seus negócios. Mesmo com contestações de políticos locais, executivos do BRB defenderam a negociação, focando na parte saudável do Master.
A estratégia de crescimento do Master baseada em precatórios e CDBs, além das dificuldades financeiras enfrentadas pela instituição desde o ano passado, levaram à discussão sobre possíveis mudanças nas regras do FGC. As operações do fundo passaram a ser restringidas para evitar o uso em aventuras financeiras, causando debates entre os bancos e o BC.