Nenê e o Juventude ajudam bebê com síndrome rara em tratamento de R$ 3 milhões; conheça a história
Arthur Davi, diagnosticado ainda na gestação com síndrome rara, recebeu apoio financeiro e emocional da comunidade jaconera após duas cirurgias e 48h de UTI com peito aberto. Bebê juventudista deixa hospital em São Paulo e volta para Caxias do Sul.
“Sinto no bater do coração, o verde da vitória é pura emoção, o Juventude é um time feito para amar”. O trecho do hino da papada, torcida do clube gaúcho, serve para lembrar: por vezes as grandes conquistas dos clubes no futebol nem sempre são as desbravadas em campo. Por vezes as grandes histórias transcendem o limite das quatro linhas e chegam ao maior patrimônio de qualquer clube: a torcida. Talvez, nesse caso, uma das maiores conquistas recentes do Juventude seja o pequeno Arthur.
O final feliz de um capítulo dolorido na história do pequenino torcedor, que tem seis meses, mas já viveu uma luta gigantesca, rendeu homenagens do clube nas redes sociais. Nenê, o elenco e a torcida do Juventude como um todo se mobilizou para ajudar no tratamento do bebê, que precisou fazer cirurgia no coração e ficar por 48h na UTI com peito aberto.
Ainda na barriga da mãe, Camila de Campos de Lima, de 27 anos, Arthur Davi de Lima Fraga foi diagnosticado com Síndrome da Hipoplasia do Coração Esquerdo, uma cardiopatia extremamente rara e grave em que o lado esquerdo do coração e a aorta não se desenvolvem corretamente antes do nascimento. Isso impede que o coração bombeie sangue oxigenado para o corpo. Junto do pai, Mauricio de Souza Fraga, 32 anos, encontraram no Juventude um pedacinho de luz em um momento de desesperança.
A síndrome foi descoberta por Camila quando estava na 27ª semana de gestação, algo em torno dos sete meses. Dos médicos, tanto em Caxias do Sul quanto em Porto Alegre, ouviu que as chances de sobrevivência eram quase nulas, cerca de 1%. Desistir, porém, não era uma opção para a família, que encontrou um casal de outro município gaúcho, que havia passado pela mesma situação. A indicação foi procurar um hospital em São Paulo, que possui uma das melhores equipes do país para tratar a condição.
Arthur passou por duas cirurgias complexas, a primeira com 12 horas de duração e 48 horas de UTI com o peito aberto. A segunda, para reconstrução de veias e redirecionamento da circulação, exigiu que ele ganhasse peso e enfrentasse mais semanas de internação. A família ainda enfrenta uma batalha judicial para cobrir parte das despesas. A dívida atual está na casa dos R$ 600 mil.
Foi nesse momento que o Juventude entrou em campo. Maurício, torcedor fanático e sócio do clube desde pequeno, procurou ajuda. O fotógrafo Fernando Alves foi o primeiro a responder, e logo o departamento de marketing abraçou a causa. A divulgação da rifa com prêmios, incluindo uma camisa autografada do Juventude, mobilizou a torcida. A história ganhou ainda mais força com a participação de Nenê, que comprou um número expressivo de rifas e, por coincidência, foi sorteado.




