Bebê de um ano tem morte encefálica e família opta por doação de órgãos no Paraná: ‘parte dela vai estar viva’

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Bebê de um ano tem morte encefálica um dia após aniversário e família opta por
doação de órgãos no Paraná: ‘parte dela vai estar viva’, diz mãe

A pequena Melanny Kyrás Silva do Nascimento, morreu em decorrência de pneumonia
grave, acompanhado de parada cardíaca. Coração da bebê foi doada a criança na
fila de espera em Brasília.

1 de 1 Bebê de um ano tem morte encefálica um dia após aniversário e família
opta por doação de órgãos no Paraná — Foto: Reprodução RPC

Bebê de um ano tem morte encefálica um dia após aniversário e família opta por
doação de órgãos no Paraná — Foto: Reprodução RPC

A pequena Melanny Kyrás Silva do Nascimento, teve morte encefálica e a família
de Toledo, no oeste do Paraná, optou pela doação de órgãos na menina. A captação ocorreu no domingo no Hospital Universitário (HU) de Cascavel, na mesma região do estado.

A bebê morreu após seis dias de internamento no HU, depois de dar entrada no
local com quadro de pneumonia grave, acompanhado de paradas cardíacas. A morte
foi no sábado um dia após completar um ano de idade.

Segundo a coordenadora do Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e
Tecidos para Transplantes do HU, Gelena Castillo, foi possível doar o coração da
menina para uma criança que estava na fila de espera pelo órgão em Brasília.

Em entrevista à RPC, os pais da bebê, David do Nascimento e Ariane da Silva do
Nascimento, contaram sobre a decisão da doação, mesmo em meio a dor de perder a
menina, tão inesperadamente.

> “Para ter essa solidariedade com o próximo, tem que ter amor. […] Perdemos
> uma filha, mas nos compadecemos em dar segunda chance para um bebê trazer
> alegria para outra família, para ter uma segunda chance de viver, essa criança
> brincar, correr”, falou o pai.

> “Uma parte dela vai estar viva ali, nós vamos poder sentir o coraçãozinho dela
> batendo, mesmo que não seja ela fisicamente, mas o coração dela está ali, uma
> parte nossa está batendo em outra criança”, afirmou a mãe de Melanny.

Após a captação, o coração de Melanny foi levado por uma aeronave ao Distrito
Federal, onde vive um menino de idade não informada que recebeu o órgão em
cirurgia que foi um sucesso, de acordo com os profissionais da saúde.

Receber a notícia de que o procedimento deu certo tem sido o acalento necessário
para os pais da menina que enfrentam a dor do luto.

> “Foi um alívio saber que o menino recebeu o coração, que a cirurgia foi um
> sucesso, e que ela está tentando se recuperar e quem sabe futuramente conhecer
> ele e ouvir novamente o coração dela (Melany)”, disse a mãe.

ATO DE COMPAIXÃO

A doação, autorizada pelos pais da bebê em um momento de tanta dor, emocionou as
equipes do hospital. Para Gelena que coordena o setor de doações, a atitude
deles foi um “ato de compaixão”.

> “A família nesse ato de compaixão e de amor, que não consigo imaginar um ato
> de maior grandiosidade, que é salvar a vida de alguém que você não conhece
> optou por salvar a vida dessa criança que tem uma chance de um recomeço, de
> continuar vivendo”, afirmou Gelena.

> “Para nós, é uma mistura de tristeza, pela Melany, que queríamos ter salvo,
> que ela continuasse com os pais, mas que não foi possível, só que o desfecho,
> não foi terrível porque revertemos esse sofrimento e dor em uma nova esperança
> para essa criança (que recebeu o coração) e família”, complementou a
> coordenadora.

Gelena reforçou que para a doação de órgãos, basta informar a família sobre o
desejo. No caso de crianças, fica a cargo da família a decisão.

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