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Bebê morre após mãe passar 30 horas em trabalho de parto, em Brasília

Última atualização 23/04/2024 | 15:42

Após 30 horas de trabalho de parto, a bebê que a grávida Bruna dos Santos Martins, de 31 anos esperava morreu no Hospital Regional de Samambaia, em Brasília. A gestante deu entrada na unidade na manhã de sábado, 20, após sentir contrações. Apesar dos sinais iniciais indicarem normalidade dos batimentos cardíacos da bebê, a dilatação não progrediu, e o casal foi orientado a retornar para casa. No entanto, eles voltaram ao hospital algumas horas depois, sendo novamente enviados para casa com pouca dilatação.

A situação se agravou quando Bruna foi internada na madrugada de domingo, 21, com apenas 4 centímetros de dilatação. Apesar dos sinais de sofrimento fetal, a equipe médica continuou com o processo de parto normal, mesmo quando Bruna começou a sentir dores intensas e demonstrar fraqueza. 

Por volta das 17h40 de domingo, a dilatação finalmente atingiu 10 centímetros, mas os médicos só então consideraram uma cesárea devido à posição inadequada do bebê.

No entanto, mesmo com a decisão tardia, a cesárea foi realizada às pressas, e a bebê, Manuele, foi retirada da barriga da mãe em estado crítico. Os médicos tentaram reanimá-la, mas não teve sucesso. A família foi informada de que se tratava de uma fatalidade, e a mãe só soube da morte da filha ao voltar para o quarto e perguntar por ela.

Negligência 

A família acusa os médicos de erro e negligência, afirmando que a cesárea deveria ter sido realizada antes, e que houve falta de equipamentos para monitorar os batimentos cardíacos do bebê durante o parto. 

Eles alegam ainda que a equipe médica não tratou Bruna como ser humano, mas sim como mais um procedimento. Um boletim de ocorrência foi registrado na Polícia Civil (PCDF).

Foi negligência. Os médicos não tratam as pessoas como seres humanos. Tratam como serviços. Não tem humanidade com as grávidas. Minha mulher sofreu, chorou”, lamentou Felipe, pai de Manuele e esposo de Bruna. “A gente paga impostos. Precisamos de mais qualidade na Saúde. Não mais viadutos e pistas de concreto. Queremos serviço de qualidade para os hospitais”, arrematou.

Investigação

As autoridades de saúde estão investigando o caso, e a Secretaria de Saúde afirmou que uma Comissão de Avaliação de Óbitos Fetais está revisando a situação. O caso levanta questões sobre a qualidade dos serviços de saúde e a necessidade de melhorias nos hospitais públicos. Enquanto isso, a família enfrenta a dor da perda de sua primeira filha, Manuele.

Assista ao vídeo do relato da mãe: