Quem é Vinícius Drumond: alvo de atentado a tiros na Barra da Tijuca e herdeiro
do jogo do bicho
Filho do contraventor Luizinho Drumond, morto em 2020, estava em um Porsche
blindado e não foi atingido. Ele é suspeito de financiar esquema de furto de
petróleo e investigado por possível envolvimento no assassinato de advogado no
Centro do Rio.
Bicheiro Vinicius Drumond é alvo de atentado na Barra da Tijuca
De, alvo de atentado na Barra da Tijuca
Vinicius Pereira Drumond, alvo de um atentado a tiros na Avenida das Américas,
na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, é filho e herdeiro na contravenção do
bicheiro Luizinho Drumond, que morreu em 2020.
Vinicius também herdou do pai a influência na escola de samba Imperatriz
Leopoldinense, escola do Grupo Especial do carnaval do Rio. Atualmente, porém, a agremiação é
presidida pela irmã de Luizinho, Cátia, e Vinicius não participa mais, segundo
apurou o DE.
Na terça-feira (8), Vinicius foi anunciado como patrono de outra escola, a Em
Cima da Hora, da Série Ouro – como se fosse a segunda divisão dos desfiles na Sapucaí.
FURTO DE COMBUSTÍVEL
Vinicius foi alvo, em fevereiro, de uma operação da Polícia Civil por suspeita de
integrar uma quadrilha que rouba petróleo de dutos da Petrobras para vender.
Investigações da Polícia Civil e do Ministério Público também apontam Vinicius
como um dos integrantes da “nova cúpula” do jogo do bicho,
tendo herdado do pai pontos na Zona da Leopoldina, que compreende bairros como
Ramos, Manguinhos, Maré, Bonsucesso, Complexo do Alemão, Penha, Parada de Lucas
e Vigário Geral.
Bairros dominados por Vinicius Drumond no jogo do bicho
Além do jogo do bicho no Rio de Janeiro, a família
Drumond tem negócios no Pará e no Amapá. Em 2006, um dos irmãos de Vinicius,
Luiz Antônio, foi preso pela Polícia Federal no Pará com uma arma ilegal em um
bingo no centro de Belém.
DE apurou que, atualmente, há divergências dentro da família Drumond sobre o
espólio após a morte de Luizinho.
Entre seus aliados no crime organizado, segundo as investigações, estão Rogério
Andrade, preso acusado de ter mandado matar o rival, Fernando Ignnácio, em 2020; e Adilson Oliveira Coutinho Filho, o Adilsinho, foragido após a polícia pedir
sua prisão por suspeita de ser o mandante da morte de contraventores rivais em
2022.
FURTO DE PETRÓLEO
Segundo MP e Polícia, Vinicius usava o dinheiro do bicho para financiar o
esquema de furto de petróleo. Imagens obtidas pelo RJ2 mostram dois dos
envolvidos na casa de Vinícius Drumond.
De acordo com as investigações, ele era o chefe estratégico e financeiro da
quadrilha. O bando agia no RJ e em outros estados e extraía sobretudo petróleo,
a fim de revendê-lo como matéria-prima para a produção de asfalto, borracha e
plástico. A investigação começou após uma prisão feita na Bahia.
Luneta apreendida na Operação Ouro Negro
Pedro Brasil, declarou o delegado Pedro Brasil.
Segundo a polícia, Vinicius teve uma ascensão rápida na contravenção e expandiu
seus negócios além do jogo do bicho.
Com um perfil discreto, mas extremamente influente nos bastidores do crime,
ele é apontado como o responsável por diversos esquemas de corrupção e pelo
financiamento de operações ilegais, como o furto de combustíveis.
Joias e relógios apreendidos na Operação Ouro Negro
A DDSD apurou que a quadrilha furtava petróleo dos tubulões com recursos do jogo
do bicho. O dinheiro era usado para comprar equipamentos de última geração, para
alugar veículos de transporte dos combustíveis e para pagar a funcionários.
Na casa de Drumond, foram apreendidos celulares, além de computador e uma grande
quantia em dinheiro, joias, relógios e duas BMWs.
DE não conseguiu contato com a defesa de Vinícius. Na delegacia, um advogado
que estava acompanhando dois alvos de mandados de busca na operação disse que
não iria se pronunciar sobre o caso.
ENVOLVIDO EM MORTE DE ADVOGADO
Advogado Rodrigo Marinho Crespo, de 42 anos, morto a tiros no Rio.
Vinicius Drumond também foi investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital
no inquérito sobre o assassinato do advogado Rodrigo Marinho Crespo, em
fevereiro de 2024.
As investigações apontam que o policial militar Leandro Machado, um dos presos
por participar da vigilância à vítima antes do crime, fez o aluguel do carro
utilizado para seguir a vítima antes de sua morte.
Cesar, Leandro e Eduardo, os três presos por envolvimento na morte do
advogado Rodrigo Marinho Crespo
Em depoimento, o dono da locadora Horizonte 16 disse que foi Vinicius Drumond
quem indicou que Machado fosse até o local. A Polícia Civil investiga se Drumond
é dono da locadora.
Nas investigações, Leandro foi apontado pela polícia como segurança de Vinicius.
A mesma locadora aparece nas investigações do caso da quadrilha de furto de
dutos de petróleo.
A Justiça já tornou réus o PM Leandro Machado e outras duas pessoas por
participação no crime. As investigações seguem para encontrar os executores e mandantes da morte do
advogado, que teria sido motivada por conflitos internos da contravenção.
DE apurou que a morte do advogado e a investigação da Polícia Civil estremeceu
a relação entre Vinicius e Rogério.
Os réus serão levados a júri popular por homicídio por motivo torpe, mediante emboscada e que dificultou a defesa da
vítima.