Biden impõe sanções contra separatistas da Ucrânia; Putin diz estar pronto para negociar

Um dia após reconhecer duas repúblicas étnicas no leste da Ucrânia e enviar tropas até a fronteira para ”manter a paz”, o governo de Vladmir Putin diz estar pronto para negociar com os Estados Unidos.

”Mesmo nesses momentos tão difíceis, nós dizemos: estamos prontos para negociações”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, no Youtube. Segundo ela, seu chefe, o chanceler Serguei Lavrov, irá a Genebra discutir a crise com o secretário de estado americano, Antony Blinken, na próxima quinta-feira (24).

As ações acontecem após o presidente norte-americano, Joe Biden, impor uma série de sanções econômicas, que afetam cidadãos dos Estados Unidos nas regiões das chamadas Repúblicas Populares de Donestk e Lugansk. Assim, pela Ordem Executiva, norte-americanos estão proibidos de fazer qualquer aprovação, financiamento ou facilitação de transações para uma pessoa estrangeira em Donetsk e Lugansk.

Além disso, Biden também baniu novos investimentos nas duas regiões separatistas reconhecidas por Putin; ficando proibido a importação, exportação, reexportação, venda ou fornecimento, de forma direta ou indireta, de quaisquer bens, serviços ou tecnologias de Donestk e Lugansk aos Estados Unidos.

Desta maneira, a expectativa é que as ações possam afetar as econômicas russas e fazer com o país busque um trato de paz com a Ucrânia, sem os planos de invasão.

Ainda nesta terça (22), o banco central da Rússia afirmou que está pronto para adotar as medidas necessárias para sustentar a estabilidade financeira.

“O Banco da Rússia está mantendo o desenvolvimento da situação no mercado financeiro sob controle e está pronto para adotar todas as medidas necessárias para sustentar a estabilidade financeira”, disse o banco central em comunicado.

Rússia x Ucrânia

Desde novembro passado, Putin tem concentrado tropas em exercícios militares em torno da Ucrânia – 150 mil delas, pelo menos, de acordo com os EUA. O presidente negou que irá invadir o país.

Até a manhã desta terça (22), não havia sinais da chegada de tropas em Donestk e Lugansk, embora isso possa acontecer a qualquer momento. Caminhões militares e tanques foram vistos nas duas capitais, mas é incerto se ele já estavam por lá e de quem são, dos rebeldes ou dos russos.

Para Washington e Bruxelas, a chegada das tais forças já significa uma invasão russa, mas isso ainda é retórico. A real ação que todos temem tem haver com outras natureza, invasão da capital ucraniana.

Putin não disse até onde irá, mas qualquer movimento além da fronteira configura como uma invasão de fato da Ucrânia. Os separatistas querem a restauração para si das antigas fronteiras das províncias de Donetsk e Lugansk, das quais ocupam mais ou menos metade do território do pré-guerra civil.

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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