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Biden impõe sanções contra separatistas da Ucrânia; Putin diz estar pronto para negociar

Última atualização 22/02/2022 | 10:46

Um dia após reconhecer duas repúblicas étnicas no leste da Ucrânia e enviar tropas até a fronteira para ”manter a paz”, o governo de Vladmir Putin diz estar pronto para negociar com os Estados Unidos.

”Mesmo nesses momentos tão difíceis, nós dizemos: estamos prontos para negociações”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, no Youtube. Segundo ela, seu chefe, o chanceler Serguei Lavrov, irá a Genebra discutir a crise com o secretário de estado americano, Antony Blinken, na próxima quinta-feira (24).

As ações acontecem após o presidente norte-americano, Joe Biden, impor uma série de sanções econômicas, que afetam cidadãos dos Estados Unidos nas regiões das chamadas Repúblicas Populares de Donestk e Lugansk. Assim, pela Ordem Executiva, norte-americanos estão proibidos de fazer qualquer aprovação, financiamento ou facilitação de transações para uma pessoa estrangeira em Donetsk e Lugansk.

Além disso, Biden também baniu novos investimentos nas duas regiões separatistas reconhecidas por Putin; ficando proibido a importação, exportação, reexportação, venda ou fornecimento, de forma direta ou indireta, de quaisquer bens, serviços ou tecnologias de Donestk e Lugansk aos Estados Unidos.

Desta maneira, a expectativa é que as ações possam afetar as econômicas russas e fazer com o país busque um trato de paz com a Ucrânia, sem os planos de invasão.

Ainda nesta terça (22), o banco central da Rússia afirmou que está pronto para adotar as medidas necessárias para sustentar a estabilidade financeira.

“O Banco da Rússia está mantendo o desenvolvimento da situação no mercado financeiro sob controle e está pronto para adotar todas as medidas necessárias para sustentar a estabilidade financeira”, disse o banco central em comunicado.

Rússia x Ucrânia

Desde novembro passado, Putin tem concentrado tropas em exercícios militares em torno da Ucrânia – 150 mil delas, pelo menos, de acordo com os EUA. O presidente negou que irá invadir o país.

Até a manhã desta terça (22), não havia sinais da chegada de tropas em Donestk e Lugansk, embora isso possa acontecer a qualquer momento. Caminhões militares e tanques foram vistos nas duas capitais, mas é incerto se ele já estavam por lá e de quem são, dos rebeldes ou dos russos.

Para Washington e Bruxelas, a chegada das tais forças já significa uma invasão russa, mas isso ainda é retórico. A real ação que todos temem tem haver com outras natureza, invasão da capital ucraniana.

Putin não disse até onde irá, mas qualquer movimento além da fronteira configura como uma invasão de fato da Ucrânia. Os separatistas querem a restauração para si das antigas fronteiras das províncias de Donetsk e Lugansk, das quais ocupam mais ou menos metade do território do pré-guerra civil.