Biogás de Açaí: Miniusina gera energia para 4 pessoas de baixa renda no AP

Miniusina com caroços de açaí pode gerar energia para até 4 pessoas de baixa renda do AP

Projeto Biogás de Açaí é uma iniciativa da Universidade do Estado do Amapá (Ueap). O equipamento utiliza restos de alimentos, esterco de animal, além dos caroços. A Ueap desenvolveu um projeto que utiliza caroços de açaí para a produção de adubo orgânico.

Uma miniusina de resíduos orgânicos criada pela Universidade do Estado do Amapá (Ueap), em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Rural do Amapá (Rurap), promete gerar energia para até 4 pessoas de comunidades de baixa renda do Amapá, tudo isso por meio de caroços de açaí, restos de alimentos e esterco de animal.

O Biogás de açaí, como é chamado, transforma até cinco tipos de energia sustentável, além de produzir um biofertilizante que aumenta a produtividade e torna o fruto mais saudável, com mais nutrientes.

O nome biogás açaí foi escolhido devido à presença do resíduo do produto em diferentes etapas do processo, como no alojamento dos micro-organismos do biogás, sendo uma das primeiras etapas para a geração de energia.

Presente na mesa de muitos amapaenses, nesta versão o açaí ganha outro protagonismo. Os caroços que iriam ser descartados são transformados em carvão ativado para a geração de energia limpa. Nós introduzimos o carvão ativado de açaí. Preparamos o resíduo de açaí e colocamos no sistema trifásico do equipamento que limpa o gás e faz sair o biofertilizante de açaí e o biogás.

O modelo do projeto custa em média de R$ 16 a R$ 20 mil. Segundo os responsáveis, o investimento compensa a longo prazo, já que não precisa de manutenção contínua e pode substituir até 200 quilowatts de energia por hora, o que beneficiaria uma família de até quatro pessoas. O equipamento foi adquirido por meio de um edital de um projeto de extensão da Ueap. Agora, a expectativa é que, por meio de uma parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapeap), o biodigestor seja instalado em comunidades de baixa renda do Estado. A ideia é levar energia elétrica e fortalecer a economia circular.

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Defensoria Pública enterra 15 fetos abandonados em maternidade de Manaus

Mulheres em vulnerabilidade social abandonaram fetos em maternidade de Manaus

Mulheres em situação de vulnerabilidade social abandonaram fetos que estavam guardados por três anos na Maternidade Ana Braga, em Manaus. A Defensoria Pública do Amazonas (DPE-AM) informou que, na semana passada, os 17 fetos foram enterrados em parceria com o SOS Funeral. Segundo a DPE, os fetos nasceram mortos ou faleceram logo após o nascimento. A maternidade tentou, sem sucesso, entrar em contato com os responsáveis para uma possível decisão sobre os corpos.

“Constatamos que as mães estavam em situação de extrema vulnerabilidade, sendo, em sua maioria, pessoas em situação de rua e dependentes químicas. Diante disso, decidimos ajuizar a ação para garantir a autorização de sepultamento, juntamente com o registro tardio de óbito”, explicou a defensora pública Rosimeire Barbosa. O procedimento enfrentou duas complicações: a falta de espaço para o sepultamento e a intervenção de uma empresa que se ofereceu para realizar a cremação dos corpos das crianças.

De acordo com a legislação brasileira, a cremação só pode ser realizada com a autorização da família ou em situações de saúde pública. Como não havia consentimento das famílias, a proposta do Amazon Crematório foi considerada ilegal. Diante disso, a Defensoria procurou a Procuradoria Geral do Município (PGM) para alertar sobre a ilegalidade da ação. Com a autorização judicial em mãos, a Defensoria acionou o SOS Funeral, que acompanhou todo o processo de enterro dos 17 fetos e auxiliou na reserva do espaço para o sepultamento.

Quando um bebê morre logo após o nascimento, a maternidade deve obter a declaração de óbito feita pelo médico e levá-la ao cartório para a emissão tanto da certidão de nascimento quanto da de óbito. O SOS Funeral é acionado para dar continuidade ao processo. Se o feto pesa menos de 500 gramas, ele é descartado; no entanto, quando o peso é superior, uma resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) estabelece que o corpo não pode ser descartado e que o sepultamento, assim como a emissão do registro de óbito, é obrigatório.

Mais de 15 fetos abandonados em maternidade pública de Manaus foram enterrados em ação da Defensoria. Com a autorização judicial, a DPE-AM assegurou um sepultamento digno no cemitério, garantindo que as crianças fossem enterradas adequadamente. O caso das mulheres em vulnerabilidade social que abandonaram os fetos em Manaus trouxe à tona a importância de garantir respeito e dignidade mesmo em situações tão delicadas. A ação da Defensoria Pública demonstra o comprometimento em proteger os direitos das pessoas mais vulneráveis da sociedade.

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