Do Mundial do São Paulo ao “obrigado” de Ronaldinho em 2013: preparador físico revela bastidores da carreira
Com passagem pela Seleção, Carlinhos Neves lança biografia e conta sobre mensagem de craque ex-Atlético-MG após título da Libertadores: “Obrigado por me fazer jogador novamente”
Multicampeão no futebol, Carlinhos Neves recebe homenagem em biografia
Preparador físico multicampeão por clubes como São Paulo, Atlético-MG e Palmeiras, e medalhista pela Seleção Brasileira, Carlinhos Neves lançou sua biografia, nesta terça-feira, em Curitiba. O evento foi prestigiado por nomes como Ricardinho, Paulo Miranda e Ney Franco. Ao de, o preparador passou a carreira a limpo, das origens com o trio Coritiba, Paraná Clube e Athletico, relembrou a passagem vitoriosa pelo Palmeiras com Luxemburgo, os títulos de Libertadores e Mundial com o São Paulo e momentos com Ronaldinho Gaúcho no Atlético-MG, quando o Bruxo agradeceu Carlinhos por “torná-lo jogador novamente”.
Carlinhos Neves teve a primeira passagem pelo Tricolor entre os anos 1999 e 2000, mas foi a partir de 2004 que ele viveu o ápice com o time, período que chamou de “anos mágicos”. “Foram anos mágicos. Eu retorno ao São Paulo em 2003, o clube lutava para retornar à Libertadores e a gente consegue naquele segundo semestre, com muita dificuldade, a classificação para Libertadores no ano seguinte”, relembra.
No clube, ele trabalhou com Cuca, Rojas e Emerson Leão, até a chegada de Paulo Autuori, em 2005, quando o São Paulo foi campeão Paulista, conquistou a Libertadores e fechou o ano campeão mundial. “As coisas se encaixaram de uma maneira, uma sinergia muito forte. Fizemos essa equipe da Libertadores também competitiva e com alguns momentos de brilho e quando nos preparamos para ir para o Mundial, aí sim, foi uma preparação de altíssimo nível, onde o Autuori foi muito brilhante”, disse.
Eu o conhecia desde os seis anos de idade, porque eu era o preparador físico do Grêmio e o Assis, irmão dele jogava no clube. Então ele vivia por lá, brincando com a bola. “De todos com quem eu trabalhei, foi o mais virtuoso, o mais talentoso, o mais técnico e habilidoso. Ele era mágico. Tive outros jogadores que foram melhores no mundo, como o Kaká, que é um jogador que surpreende, você acha que ele vai para um lado, ele vai para o outro, você acha que ele vai pensar em uma jogada, ele pensa em uma outra jogada. Na conquista da Libertadores, Carlinhos lembra de um agradecimento do Bruxo.
Se no São Paulo, a trajetória foi vencedora, no rival Palmeiras a história não foi diferente. Logo depois de sair do futebol paranaense, Carlinhos fechou com o Palestra e trabalhou com atletas de peso como Rivaldo, Roberto Carlos, Edmundo e Edilson. “Esses meninos eram muito divertidos, porque eles eram muito jovens, vindo cada um de uma situação, já tinha o Mazinho, um pouquinho mais maduro, o Evair na frente, Antônio Carlos e Kleber na zaga”, relembrou. “Era muito divertido, porque esses meninos zoavam muito com os outros. O Edmundo tem um tipo de temperamento, o Evair completamente diferente, o Roberto Carlos também muito jovem, mas com um potencial absurdo. Aí foi a competência do Luxemburgo, da comissão, de conseguir uma alquimia, de equilibrar todos os fatores e tornar essa equipe extremamente competitiva”, completou.
Multicampeão por grandes clubes, o preparador também chegou à Seleção Brasileira e conquistou a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. Ele fez parte da comissão técnica de Mano Menezes, hoje no Grêmio. “Ele me convida, e foi surpresa, porque eu não havia trabalhado com o Mano em nenhum clube. Foi muito bom, era um período difícil, porque a Copa seria no Brasil, e nós não tínhamos jogos oficiais classificatórios, a gente só podia se reunir para fazer jogos amistosos.
Antes de ter rodado o Brasil como preparador, foi no Paraná, terra natal de Carlinhos, que ele começou a carreira. O primeiro clube foi o Coritiba, ao lado de Ênio Andrade, onde conquistou o Festival Brasileiro de 1997. Depois, passou pelo Athletico, e ainda trabalhou no Pinheiros, antes da fusão com o Paraná Clube. Já no Tricolor, ele foi campeão paranaense em três oportunidades e conquistou a Série B do Brasileiro. Mais notícias do esporte paranaense no de de.




