‘Eles sempre estiveram ali’, diz biólogo sobre tubarões vistos no litoral do RJ
Presença de espécies como o galha-preta e o tubarão-martelo são comuns na região
e não oferecem riscos a banhistas, segundo o biólogo marinho e presidente do
AquaRio, Marcelo Szpilman.
Tubarão é avistado no mar da Barra da Tijuca
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Tubarão é avistado no mar da Barra da Tijuca
A aparição de tubarões nas praias do Rio de Janeiro, como as registradas nos
últimos dias na Baía da Ilha Grande, em Angra dos Reis
[https://de.globo.com/rj/sul-do-rio-costa-verde/noticia/2025/05/15/video-mais-de-110-tubaroes-galha-preta-sao-vistos-no-mar-da-ilha-grande.ghtml],
e mais recentemente nesta terça-feira (20) na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do
Rio
[https://de.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2025/05/20/tubarao-e-avistado-no-mar-da-barra-da-tijuca.ghtml],
tem chamado a atenção de moradores e turistas. Mas, de acordo com o biólogo
marinho e presidente do AquaRio, Marcelo Szpilman, esses animais estão apenas em
seu habitat natural — e sua presença é, na verdade, um bom sinal.
> “Esses tubarões são residentes da região e não representam risco para os
> banhistas”, explica Szpilman.
Segundo o especialista, essa maior visibilidade nesta época do ano se deve à
coloração mais clara da água, que facilita a observação dos animais.
Na Barra da Tijuca, o animal visto no mar é, muito provavelmente, um
tubarão-martelo — identificado pela barbatana dorsal mais alongada (veja no
vídeo acima).
“Esse tipo de tubarão é migratório e se alimenta próximo à arrebentação, mas tem
medo de seres humanos. Eles só aparecem com mais frequência quando o mar está
vazio”, afirma o biólogo.
A explicação para a aproximação dos tubarões da costa está, principalmente, na
busca por alimento.
> “A provável aparição na Barra foi provavelmente motivada pela presença de um
> cardume. É a alimentação que os atrai”, reforça.
Szpilman esclarece ainda que a presença desses animais não é novidade nem motivo
de alarde.
“Eles sempre estiveram por ali. A diferença é que hoje há mais registros e
vídeos circulando. Mas essa é a área natural deles”, pontua. Ele destaca que,
fora da área de até 10 km da costa, o risco é inexistente.
Para o presidente do AquaRio, a visualização das espécies é uma evidência
positiva. “A presença desses tubarões mostra que o ecossistema da região está
saudável”, diz.
Além dos galha-preta e martelo, outras espécies também frequentam a costa
fluminense, como o tubarão galhudo e o tubarão-tigre.
A recomendação, segundo Szpilman, é de tranquilidade. “O medo que temos desses
animais é desproporcional. São espécies que não oferecem ameaça e que cumprem um
papel importante no equilíbrio ambiental.”