Um biólogo de 40 anos foi preso em Belo Horizonte (MG) com estufas de fabricação de haxixe e skunk, variações da maconha vendidas a alto preço com o título de serem “gourmet”. Ele negociava a mercadoria em redes sociais e também dava cursos para traficantes que quisessem cultivar e produzir as drogas como ele. O suspeito foi preso em casa, no bairro Dom Bosco, na Região Oeste da capital, nessa quarta-feira (3/9). Segundo o delegado da Polícia Civil e chefe do Departamento Estadual de Combate ao Narcotráfico (Denarc) Sergio Belizario, o biólogo usou os conhecimentos da profissão para se tornar uma espécie de “especialista na arte de transformar maconha em haxixe e skunk.
De acordo com Belizario, as drogas derivadas têm um maior grau de THC e, com isso, maior efeito alucinógeno. Para a fabricação, ele investiu cerca de R$ 200 mil em maquinário especializado e produtos químicos para “o aperfeiçoamento da droga”, escondida em uma empresa de fachada. As investigações concluíram que o biólogo era uma peça importante no esquema de tráfico de drogas gourmet. “Ele tinha estufas onde fabricava a droga, que era revendida pelas mídias sociais para BH e Região Metropolitana e passada para outros revenderem”, explicou o delegado. O material era entregue via delivery.
O biólogo tinha uma marca própria, pela qual os consumidores pagavam alto por acreditarem em um nível maior de “pureza”. O dinheiro arrecadado era injetado em uma empresa fantasma para que fosse justificado um ‘capital lícito’. Ainda segundo o delegado, o investigado tinha uma postura discreta. ‘Quando nós fizemos a prisão, os vizinhos ficaram surpresos porque é uma pessoa acima de qualquer suspeita, de 40 anos, que sabe ser discreto’. Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia.
Essa não foi a primeira vez que o suspeito foi preso. Em 2017, o biólogo foi pego em um galpão de Contagem (MG) seguindo o mesmo modus operandi, conforme Belizario. A Polícia Civil o procurava há meses, mas só o encontraram para cumprir um mandado de busca e apreensão após uma investigação complexa, conforme o chefe do Denarc. Conforme Belizario, vários envolvidos nesse esquema foram presos ao longo do ano. Além dos pés de maconha, foram apreendidas estufas, maquinário caro para cultivo, um veículo, máquinas de ar condicionado e produtos químicos.