Biomembranas à base de batata têm potencial para aplicações médicas, aponta pesquisa da USP
Regeneração óssea e entrega de fármacos também estão entre as possíveis aplicações. O processo foi desenvolvido pelo Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da Universidade de São Paulo (USP).
Um estudo do IQSC da DE São Carlos aplicou o processo de modificação por aquecimento a seco do amido de batata, criando biomembranas sem o uso de reagentes químicos e de maneira mais sustentável.
Pesquisadores do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveram biomembranas (estruturas finas e flexíveis) a partir do amido modificado de batata, aplicando um processo sustentável e econômico que aprimora as propriedades desses materiais.
O estudo, publicado na revista Biomacromolecules, destaca o potencial dessas biomembranas para aplicações médicas, incluindo regeneração óssea e entrega de fármacos.
O amido de batata foi modificado por um método chamado Dry Heating Treatment (DHT), que altera a estrutura deste produto natural, aumentando sua resistência mecânica em até seis vezes, sua rigidez em 15 vezes e sua cristalinidade (organização interna) em duas vezes. As propriedades do amido foram melhoradas sem o uso de reagentes químicos.
Segundo a professora Bianca Chieregato Maniglia, docente do IQSC e uma das autoras da pesquisa, o amido de batata é um material altamente promissor para aplicações biomédicas devido às suas propriedades (alta disponibilidade, biocompatibilidade, biodegradabilidade, alta capacidade de absorver água e aptidão para formação de filmes e géis).
Em relação às perspectivas de novos estudos, o trabalho foi apresentado de forma oral no congresso B-MRS Meeting 2023, organizado pela Sociedade Brasileira de Pesquisas de Materiais (SBPMat), em Maceió (AL). A tecnologia das biomembranas de amido de batata ainda necessita de outros estudos que aprofundem a determinação de toxicidade e interação com as células e para aplicações específicas (rápida absorção ou longa duração), além de adaptações visando escalabilidade para garantir produção reprodutível em larga escala e a regulamentação para atendimento às normas sanitárias para uso clínico.