Bisneta de Monteiro Lobato muda obra do avô para suprimir termos considerados racistas

Em “A menina do Narizinho Arrebitado”, de 1920, Monteiro Lobato descreve a personagem Tia Nastácia como uma “negra de estimação”. Mas cem anos depois, Cleo Monteiro Lobato, bisneta do autor, modificou estes termos polêmicos que são alvos de crítica.

Agora, Tia Nastácia é descrita apenas como “amiga de infância de Dona Benta”. Monteiro Lobato e sua obra tem sido revisitados nos últimos anos e questionados pelo modo como escrevia sobre os negros.

Mas a bisneta garante que o bisavô não era racista: “através de relatos de familiares, posso afirmar e reafirmar que ele não era racista. O problema é que ele sempre foi questionador e nos ensinava a pensar, o que nem sempre foi bem visto”, declarou, ao jornal GZH.

O secretário da Cultura, Mário Frias, criticou a mudança na obra centenária que precede “Sítio do Pica-pau Amarelo”: “Quantos livros e histórias que embalaram minha infância. Que vergonha!”.

Sérgio Camargo, presidente da Fundação Palmares, disse que “nenhum preto pediu a mutilação da obra”. E seguiu: “Meu pai é escritor. Alterar uma única palavra de sua obra, após sua morte, seria como esfaqueá-lo pelas costas”.

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Taxa de desemprego entre mulheres foi 45,3% maior que entre homens

A taxa de desemprego entre as mulheres ficou em 7,7% no terceiro trimestre deste ano, acima da média (6,4%) e do índice observado entre os homens (5,3%). Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o IBGE, o índice de desemprego das mulheres foi 45,3% maior que o dos homens no terceiro trimestre do ano. O instituto destaca que a diferença já foi bem maior, chegando a 69,4% no primeiro trimestre de 2012. No início da pandemia (segundo trimestre de 2020), a diferença atingiu o menor patamar (27%).

No segundo trimestre deste ano, as taxas eram de 8,6% para as mulheres, 5,6% para os homens e 6,9% para a média. O rendimento dos homens (R$ 3.459) foi 28,3% superior ao das mulheres (R$ 2.697) no terceiro trimestre deste ano.

A taxa de desemprego entre pretos e pardos superou a dos brancos, de acordo com a pesquisa. A taxa para a população preta ficou em 7,6% e para a parda, 7,3%. Entre os brancos, o desemprego ficou em apenas 5%.

Na comparação com o trimestre anterior, houve queda nas três cores/raças, já que naquele período, as taxas eram de 8,5% para os pretos, 7,8% para os pardos e 5,5% para os brancos.

A taxa de desocupação para as pessoas com ensino médio incompleto (10,8%) foi maior do que as dos demais níveis de instrução analisados. Para as pessoas com nível superior incompleto, a taxa foi de 7,2%, mais do que o dobro da verificada para o nível superior completo (3,2%).

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