O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, afirmou hoje (6), após encontro com empresários na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que sua pasta não terá muitas solicitações a fazer ao governo argentino, que inicia uma visita oficial ao Brasil amanhã. A principal questão, segundo Maggi, era em relação à proibição de exportação de carne bovina para o país, o que já foi retirado. Um dos temas a tratar, de acordo com o ministro, é incluir o açúcar dentro do acordo do Mercosul.
“Não conseguíamos exportar [carne] porque eles tinham feito uma observação sobre alguns tipos de doenças que não existem nem no continente americano e, portanto, essa exigência caiu com uma simples nota do Brasil. A Argentina tem uma relação superavitária conosco e o que queremos na parte agrícola é colocar o açúcar dentro do acordo do Mercosul e retirar a cachaça, produto genuinamente brasileiro, que deve ser negociado sem os outros países”, disse.
O ministro citou também que haverá um remanejamento de recursos do ministério para o Moderfrota (programa de financiamento para aquisição de tratores e máquinas agrícolas), sem sair do orçamento previsto para a pasta. “Desde o ano passado o setor nos procurou com a preocupação de não haver mais dinheiro e, olhando no dia a dia das nossas contas, analisamos onde não gastamos e onde está precisando”, disse.
Maggi ressaltou que um de seus objetivos à frente do ministério é ajustar as regras para desburocratizar alguns procedimentos. Segundo ele, os segmentos do setor apresentaram 120 demandas para o governo, contendo normas e decretos que estavam atrapalhando a fluidez dos mercados. “Nos primeiros meses resolvemos 65 dessas demandas e as outras estão em fase final. Não vamos parar por aí. Estamos abertos à discussão sempre”.
Blairo Maggi disse ainda que o governo investirá no desenvolvimento da agricultura no país sem devastar a Amazônia, colocando em prática a legislação que determina a proteção integral da vegetação original em 20% da propriedade na região Norte, a chamada reserva legal. “Alguns setores podem achar que é muito manter 20% da propriedade do agricultor, o que é uma penalidade muito grande. É uma política adotada anos atrás e, diferente do resto do mundo onde eles não tem esse tipo de política, eles também não têm esse custo. A sociedade abre mão de uma vasta quantidade de terra integrada ao sistema produtivo que não pode produzir. Isso em nome da conservação e da biodiversidade. Isso tem um preço e deve ser reconhecido”, disse.
Fonte: Agência Brasil