Blogueiro bolsonarista pode entrar em lista de mais procurados da Interpol

O blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio pode entrar na lista de difusão vermelha da Interpol. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou à Polícia Federal (PF) a inclusão do nome apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que é investigado no inquérito dos atos antidemocráticos.

Em 12 de dezembro do ano passado, o bolsonarista entrou no Palácio da Alvorada durante os atos contra a sede da Polícia Federal, em Brasília (DF). Desde então, ele vive no Paraguai. O ofício em que Moraes pediu à PF a inclusão do nome de Eustáquio na lista da Interpol chegou à corporação no dia 07 de julho, mas, até o momento, o nome do bolsonarista não foi incluído.

No documento, Moraes pontuou que Eustáquio “se evadiu do território nacional e tem histórico relevante de desobediência às decisões desta Suprema Corte”, e citou que o blogueiro voltou a divulgar mensagens fraudulentas nas redes sociais com objetivo de arrecadar dinheiro, sendo que foi identificado na conta bancária de sua filha um crédito de R$ 374.741,67 que ainda precisa ter sua origem esclarecida.

O bolsonarista já foi preso mais de uma vez por ordem de Moraes. Em junho de 2020, Eustáquio foi preso, a pedido da Procuradoria-Geral da República, também por envolvimento com atos antidemocráticos que pediam o fechamento do Congresso e do Supremo. Após as eleições de 2022, Oswaldo Eustáquio deixou o país.

Caso a inclusão seja feita, o nome do bolsonarista passaria a constar em lista de procurados pela Justiça. Para ser incluído na Difusão Vermelha, o nome tem que ser enviado pela Polícia Federal para a sede da Interpol, na França. Em seguida, a instituição inclui a foto e as informações do procurado na base de dados global, que reúne 194 países.

Defesa

Em nota divulgada nesta segunda, os advogados Ricardo Freire Vasconcellos e Levi de Andrade dizem que as prisões anteriores de Oswaldo Eustáquio foram ilegais e contestam a inclusão do nome na lista da Interpol. Em nota, a defesa de Eustáquio disse que vai recorrer da decisão. O advogado do bolsonarista, Ricardo Freire Vasconcellos, disse que ele é um “refugiado político por perseguição”.

“O IIPEP – Instituto Internacional de defesa de presos e exilados políticos vai enviar um ofício a Interpol pedindo a não inclusão do nome de Eustáquio no alerta vermelho com base no artigo 3 do órgão internacional que veda a inclusão de nomes por perseguição política e Oswaldo é um refugiado político por perseguição ilegal perante a nação Paraguaia, fato evidente neste caso pois um dos supostos crimes seria atentado violento ao estado democrático de direito, delito que não é reconhecido internacionalmente e não tem validade perante a ausência de reciprocidade”.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Ponte TO-MA: Agência irá avaliar qualidade da água de rio após queda de ponte

A Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta terça-feira, 24, que está avaliando a qualidade da água no Rio Tocantins, na área onde desabou a ponte Juscelino Kubitschek, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Essa medida se justifica devido à informação de que alguns dos caminhões que caíram no rio após a queda da ponte carregavam pesticidas e outros compostos químicos.

O foco das análises está no abastecimento de água a jusante (rio abaixo) a partir do local do acidente. A ANA, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, vai determinar os parâmetros básicos de qualidade da água e coletar amostras para as análises ambulatoriais. O objetivo é detectar os principais princípios ativos dos pesticidas potencialmente lançados na coluna d’água do rio Tocantins.

As notas fiscais dos caminhões envolvidos no desabamento apontam quantidades consideráveis de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico na carga dos veículos acidentados. No entanto, ainda não há informações sobre o rompimento efetivo das embalagens, que, em função do acondicionamento da carga, podem ter permanecido intactas.

Devido à natureza tóxica das cargas, no domingo e segunda-feira, 23, não foi possível recorrer ao trabalho dos mergulhadores para as buscas submersas no rio. O Corpo de Bombeiros do Maranhão confirmou nesta terça-feira, 24, a morte de quatro pessoas (três mulheres e um homem) e o desaparecimento, até o momento, de 13 pessoas.

Sala de crise

Na quinta-feira, 26, está prevista a reunião da sala de crise para acompanhamento dos impactos sobre os usos múltiplos da água decorrentes do desabamento da ponte sobre o rio Tocantins. Além da própria ANA, outros órgãos participam da sala de crise, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Ministério da Saúde.

O Dnit está com técnicos no local avaliando a situação para descobrir as possíveis causas do acidente. Segundo o órgão, o desabamento foi resultado porque o vão central da ponte cedeu.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp