Blue Zone da COP 30 em Belém: Estrutura Temporária em Destaque

blue-zone-da-cop-30-em-belem3A-estrutura-temporaria-em-destaque

Por dentro da Blue Zone da COP 30: o espaço controlado pela ONU em Belém

Estrutura temporária de 125 mil metros quadrados abrigará as discussões centrais
do maior evento climático do planeta.

A 14 dias da Conferência do Clima das Nações Unidas (COP 30), Belém está nos toques finais de um dos espaços mais estratégicos do evento: a Blue Zone, área que será administrada pela ONU e é onde serão realizadas as negociações diplomáticas entre chefes de Estado, ministros e delegações estrangeiras.

Instalado no Parque da Cidade, em Belém, o projeto custou R$ 423.514.812,71 e inclui um corredor de quase 1 km entre as estruturas temporárias que estão sendo montadas por um grupo vencedor da licitação conduzida pelo governo federal. O status da construção ainda não foi informado.

O espaço todo possui 250 mil metros quadrados, sendo 125 mil destinados à montagem, e ganha forma com 64 estruturas modulares que receberão climatização, paredes acústicas e forros de lycra produzidos de forma artesanal por costureiras de Belém.

EMPREGOS

A Blue Zone movimenta a economia da capital paraense, segundo o CEO do projeto, Marcos Gamboa, do Grupo DMDL. Ele disse que são mais de 300 postos de trabalho diretos criados, e a expectativa é chegar a 2 mil empregos diretos e indiretos até a conclusão das obras.

> “São mais de 125 mil metros de tenda, equipadas com piso elevado, climatização e mobiliário. A montagem envolve hoje cerca de 380 profissionais, a maioria de Belém, e deve chegar a 2,5 mil pessoas durante o pico dos trabalhos”, afirma Gamboa.

Nos galpões do projeto, costureiras transformam faixas de elastano em grandes revestimentos que vão compor o teto da estrutura diplomática. As cortinas e forros, explica o executivo, serão reaproveitados em outros eventos após a conferência, numa estratégia alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

LOGÍSTICA E SUSTENTABILIDADE

O transporte dos materiais exigiu uma operação nacional. “Tivemos cerca de 120 carretas trazendo material por terra e parte chegando por contêineres via porto, para reduzir custos”, conta o CEO.

Iniciada em 7 de julho, a montagem avança conforme o cronograma e deve ser entregue até o fim de outubro, liberando o espaço para que a ONU assuma a instalação e os protocolos de segurança antes do início da COP30, marcada para 10 a 21 de novembro.

Mesmo com o regime intenso de chuvas na capital paraense, Gamboa afirma que a drenagem e o asfalto aplicados no terreno evitaram alagamentos. “O governo fez obras de escoamento que deram resultado. Apesar das chuvas diárias, não tivemos nenhum problema.”

USO E DESMONTAGEM

Durante o evento, a Blue Zone abrigará reuniões oficiais, plenárias e negociações entre governos, com 50 mil participantes esperados segundo estimativas da Organização das Nações Unidas (UNFCCC). Após o encerramento, todo o material temporário será retirado ou reaproveitado, segundo a empresa.

> “Parte das estruturas, como paredes de madeira e pisos, terá o descarte realizado por cooperativas locais; já as tendas e lycras serão reutilizadas”, explica Gamboa.

O Parque da Cidade, que continua a abrigar a chamada Green Zone, área aberta ao público com atividades culturais e debates, segue parcialmente interditado para a conclusão da montagem diplomática.

> “A COP em qualquer parte do mundo é um grande desafio, e não é diferente aqui. Em nada devemos para outras cidades. Estamos mostrando que é possível entregar um projeto dessa dimensão na Amazônia, com mão de obra local e soluções sustentáveis”.

O QUE É BLUE ZONE?

A Conferência das Partes (COP) tem duas áreas principais: a Blue Zone e a Green Zone.

A Blue Zone é o espaço oficial das negociações climáticas internacionais, sob gestão direta da ONU (UNFCCC). É nela que ocorrem reuniões plenárias, sessões entre delegações governamentais, pronunciamentos de chefes de Estado e a definição de acordos multilaterais. O acesso é restrito a delegados credenciados, representantes de agências internacionais, imprensa e observadores reconhecidos pela ONU.

Já a Green Zone é administrada pelo país anfitrião e aberta ao público. Serve como vitrine de inovação, educação e engajamento da sociedade civil, reunindo ONGs, empresas, universidades e cidadãos em debates, exposições e apresentações culturais. O objetivo é democratizar o diálogo climático e aproximar a agenda ambiental das comunidades, complementando o trabalho diplomático da Blue Zone.

Box de Notícias Centralizado

🔔 Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram e no WhatsApp