O bolsonarista detido por destruir um relógio do século XVII no Palácio do Planalto, no dia dos ataques terroristas de 8 de janeiro em Brasília, ficou em silêncio durante o depoimento à Polícia Federal (PF), nesta segunda-feira, 23.
Antônio Cláudio Alves Ferreira foi preso na tarde de segunda-feira em Uberlândia e levado até a delegacia da Polícia Federal. Ele ficou por lá por algumas horas até ser encaminhado para o Presídio da cidade I, localizado na Zona Leste com capacidade para 1.800 pessoas. Na declaração de depoimento, consta que o bolsonarista “decidiu fazer uso do direito de permanecer em silêncio”.
O golpista está sendo investigado pelos crimes de, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, e, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.
Antônio mora em Catalão, interior do estado de Goiás, e estava foragido desde o dia 8 de janeiro. Uma câmera de segurança flagrou o carro do suspeito rodando pela cidade goiana 10 dias após os atos antidemocráticos. O Ministério da Justiça também confirmou a identificação do bolsonarista e informou que ele era considerado foragido após os ataques terroristas.
Na última quarta-feira, 18, a PF cumpriu mandado de busca e apreensão na residência dele em Catalão. No cumprimento, os policiais apreenderam um celular, o veículo e uma caderneta com algumas anotações.
O relógio destruído pelo golpista, foi um presente da Corte Francesa para Dom João VI. Balthazar Martinot era o relojoeiro do rei francês Luís XIV.
Antecedentes criminais do bolsonarista
Antônio teve três processos criminais na Justiça da cidade e já foi preso duas vezes. Todos eles estão arquivados atualmente porque ele cumpriu sentenças.
Confira abaixo os processos no Tribunal de Justiça de Goiás:
- Ano de 2014 – TCO art 147 (ameaça)
- Ano de 2014 – TCO art 147 (ameaça)
- Ano de 2015 – Processo envolvendo a propriedade de um automóvel
Na sentença informa que os processos de ameaça foram arquivados porque o bolsonarista fez acordo com uma das vítimas, enquanto a outra não compareceu à audiência.
Enquanto no de 2015, Antônio moveu uma ação trabalhista contra a empresa e fez acordo, assim negociando e ganhando a propriedade de um automóvel.
Prisões:
- 2014 – Prisão em flagrante pelo crime de receptação, previsto no artigo 180, do Código Penal.
- 2017 – Prisão em flagrante por tráfico de drogas, artigo 33 da LD. Neste caso, o processo foi arquivado em 2018, após ele cumprir a sentença judicial
De acordo com o delegado, Jean Arruda, o registro de prisão por receptação, de 2014, consta no sistema da polícia, mas ele não foi encontrado pelo Judiciário. Enquanto em 2017, foi preso em flagrante por tráfico, mas o crime foi alterado na Justiça para posse de drogas. Assim, Antônio foi solto e cumpriu pena alternativa. O processo foi arquivado em 2018.