A disputa por adesão à campanha presidencial está exigindo dos bolsonaristas molejo para contornar a forte rejeição entre tucanos, cujo partido que se manifestou por não endossar o nome nenhum dos dois presidenciáveis mesmo com o ex-filiado Alckmin como vice de Lula. Os articuladores nas eleições pró-Jair tentam apoio assediando politicamente a ex-vice candidata a presidente Mara Gabrili e a candidata a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra.
As integrantes do PSDB são importantes na corrida ao Palácio do Planalto. A senadora Gabrili brigava com a cabeça de chapa Simone Tebet (MDB) pela Presidência da República e, diferente da antiga parceira política, afirmou publicamente que não pretende avalizar a candidatura do petista. “Não posso apoiar o Lula, ele dilacerou o Brasil”, declarou sobre as eleições acrescentando que seria um traição ao pai – também com carreira política, à família e à sua história.
Embora tenha acenado contra a eleição de Lula, ela não externou o interesse a seguir ao lado de Bolsonaro. A equipe do candidato à reeleição espera conseguir convencer a parlamentar a arregimentar eleitores ou, ao menos, ficar alheia à disputa eleitoral do segundo turno. O medo é que ela recue da decisão. Figurões tucanos como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o ex-governador de São Paulo, José Serra, e os ex-senadores Aloysio Nunes e Tasso Jereissati.
Com a figura de Lyra, a estratégia é cavar votos com a candidata que tem conseguido bastante apoio para ser eleita. No primeiro turno, ela teve a segunda maior quantidade de votos (20,58%), comparado à preferida da população, Marília Arraes (23,97%), do Solidariedade. Pernambuco representa a oportunidade e necessidade de mudança de chave no Nordeste, região em que Bolsonaro ficou em segundo lugar no pleito do último domingo. Menos de um terço dos eleitores (29,91%) do estado votaram no atual presidente.
Nesta semana, uma comitiva formada por Bolsonaro, a primeira-dama Michelle e a senadora eleita Damares Silva desembarca em solo pernambucano para tentarem dialogar com Raquel. O objetivo é conseguir menção pública de apoio já que a adversária dela se posicionou por Lula. Outra opção seria o silêncio nas eleições, assim como adotou o partido dela. A rejeição à Jair cresceu dentro e fora da internet entre os nordestinos após comentário dela associando o analfabetismo da região à maior vantagem nas urnas do petista. O mal-estar obrigou o candidato a se reconsiderar na propaganda veiculada na TV e rádio.