Os goianos Rafael da Silva, de Catalão, e Yres Guimaraes, de Rio Verde, estão entre as 54 pessoas físicas na ação da Advocacia-Geral da União (AGU) por financiarem os atos golpistas ocorridos no dia 8 de janeiro, em Brasília. Além dos acusados, a lista também conta com três empresas, uma associação e um sindicato.
A ação pretende fazer com que os envolvidos paguem R$ 20,7 milhões aos cofres públicos pelos danos causados durante a invasão aos três poderes. A ação civil pública para proteção do patrimônio público corre na Justiça Federal do Distrito Federal e foi protocolada na última sexta-feira, 13.
“Equívoco”
A defesa de Yres afirmou que a AGU está cometendo um grande equívoco, já que ele não teria envolvimento com os fatos ocorridos no Distrito Federal. O DE tentou contato com a defesa de Rafael, mas não conseguiu localizá-la até a publicação desta matéria.
Invasão de bolsonaristas aos Três Poderes
Os Três Poderes foram atacados por bolsonaristas no dia 8 de janeiro Na ocasião, eles destruíram pinturas, esculturas, móveis e até objetos raros, como o Relógio de Balthazar Martinot, que foi um presente da Corte Francesa para Dom João VI. O responsável por destruir a peça também era natural de Catalão.
Os valores dos prejuízos foram apontados, inicialmente, pelo Senado Federal, pela Câmara dos Deputados, pela Casa Civil/Palácio do Planalto e pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que chegou a mais de R$ 20,7 milhões.
Em janeiro, a AGU já tinha pedido o bloqueio de bens de pessoas físicas e jurídicas que foram indicadas pela Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) como responsáveis pelo aluguel dos ônibus. Contudo, na presente ação, a União esclareceu que foi provado que algumas pessoas não tiveram envolvimento com os fatos.
Por outro lado, o documento ressalta que foi comprovado quem foram os reais contratantes e fretadores dos ônibus usados para levar pessoas para Brasília no dia dos atos. Por isso, a União pediu a retificação da autuação para que somente os nomes dos acusados constem na ação.
Na ação, a AGU ainda anexou anúncios de convocação para os atos golpistas. Com base nestes avisos, o órgão entende que houve uma “articulação prévia” para convocação dos atos.