Bolsonaristas organizam caravanas para manifestações em Brasília

Movimentos de direita e esquerda preparam manifestações no Dia do Trabalhador

Ainda insatisfeitos com o resultado da eleição presidencial, bolsonaristas têm organizado caravanas vindas de diversos estados para acampar em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília. Os ônibus começaram a chegar na capital federal na quarta-feira, 28, e têm previsão de voltar aos respectivos estados até domingo, 1º, após a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

Os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) estão se deslocando para Brasília na expectativa de voltar a encher o QG mesmo após esforços do governo do Distrito Federal para que a aglomeração seja desfeita. Eles esperam conseguir aumentar a pressão contra a entrega da faixa presidencial a Lula. 

Até o momento, ao menos 17 caravanas foram confirmadas nos estados de Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e São Paulo. O custo da viagem varia: algumas caravanas garantem transporte e alimentação gratuitas. Já outras cobram até R$ 490 pelo trajeto de ida e volta, como no caso de Florianópolis. 

Em Goiânia, a caravana é organizada pelo comerciante Heleno Inacio da Silva, de 63 anos. Segundo ele, cada ônibus tem capacidade para levar até 58 pessoas e dois ônibus já foram confirmados. O grupo parte no próximo sábado, 30, e a expectativa é que até o fim da semana a procura aumente. 

“Agora, ou vai ou arrebenta. Porque se definir que o Lula realmente assume, a gente sai da porta dos quartéis”, avalia Heleno. “Tem muitos dias que o pessoal está lá. Todo mundo acampado, nesse manifesto contra as eleições. Então, a gente tem que tentar lutar pelo nosso país”, afirmou ao Metrópoles. 

Em frente aos quartéis contra as eleições democráticas

Os extremistas bolsonaristas estão há quase 60 dias acampados em frente ao QG do Exército em Brasília, onde defendem a anulação da eleição e a intervenção militar no país. 

O grupo esperava um pronunciamento ou ação do presidente Jair Bolsonaro, mas o mesmo se manteve inclusivo e ficou 40 dias em silêncio. A última conversa pública do presidente foi em 9 de dezembro e durou cerca de 20 minutos. Nela, Bolsonaro falou por cerca de 20 minutos para 200 pessoas que estavam no Palácio da Alvorada e não parabenizou o adversário nas eleições presidenciais. 

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Ponte TO-MA: Agência irá avaliar qualidade da água de rio após queda de ponte

A Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta terça-feira, 24, que está avaliando a qualidade da água no Rio Tocantins, na área onde desabou a ponte Juscelino Kubitschek, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Essa medida se justifica devido à informação de que alguns dos caminhões que caíram no rio após a queda da ponte carregavam pesticidas e outros compostos químicos.

O foco das análises está no abastecimento de água a jusante (rio abaixo) a partir do local do acidente. A ANA, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, vai determinar os parâmetros básicos de qualidade da água e coletar amostras para as análises ambulatoriais. O objetivo é detectar os principais princípios ativos dos pesticidas potencialmente lançados na coluna d’água do rio Tocantins.

As notas fiscais dos caminhões envolvidos no desabamento apontam quantidades consideráveis de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico na carga dos veículos acidentados. No entanto, ainda não há informações sobre o rompimento efetivo das embalagens, que, em função do acondicionamento da carga, podem ter permanecido intactas.

Devido à natureza tóxica das cargas, no domingo e segunda-feira, 23, não foi possível recorrer ao trabalho dos mergulhadores para as buscas submersas no rio. O Corpo de Bombeiros do Maranhão confirmou nesta terça-feira, 24, a morte de quatro pessoas (três mulheres e um homem) e o desaparecimento, até o momento, de 13 pessoas.

Sala de crise

Na quinta-feira, 26, está prevista a reunião da sala de crise para acompanhamento dos impactos sobre os usos múltiplos da água decorrentes do desabamento da ponte sobre o rio Tocantins. Além da própria ANA, outros órgãos participam da sala de crise, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Ministério da Saúde.

O Dnit está com técnicos no local avaliando a situação para descobrir as possíveis causas do acidente. Segundo o órgão, o desabamento foi resultado porque o vão central da ponte cedeu.

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