Bolsonaristas reagem a discurso de Mourão e se manifestam em área militar em Brasília

Após o pronunciamento do ex-vice-presidente da República Hamilton Mourão, bolsonaristas se dirigiram para a porta da casa de generais em uma área militar em Brasília na noite deste sábado, 31. O grupo reclamou do silêncio dos representantes das Forças Armadas em relação ao que consideram de atitude de desistência ao resultado das eleições presidenciais. Eles pedem o impedimento da posse de Lula neste domingo, 1º de janeiro.

 

Em vídeo divulgado pela internet é possível observar quando os militares responsáveis pela segurança dos imóveis onde moram os generais tentam acalmar os mais exaltados. Ao final da gravação, um homem anuncia a chegada de uma tropa de choque. A confusão ocorreu por volta das 21h10. Os extremistas chegaram a pedir que a tropa presente no local atirasse contra eles, numa demonstração de que resistiriam até terem os pedidos atendidos.

 

“As Forças Armadas são o quarto poder moderador e não agiram, e quando for dia 1º, amanhã, o Lula vai assumir e eles vão fazer de novo tudo o que o Bolsonaro não usou com as Forças Armadas, o Lula vai usar. Então, agora o povo brasileiro tem que tomar uma decisão: ou vocês vão para a guerra e lutam pela liberdade de sua família ou vocês vão ser escravizados pelo comunismo”, disse um bolsonarista.

 

O discurso de Mourão, que é um general do Exército, irritou o grupo apoiador bolsonarista devido à indiretas ao agora ex-presidente do Brasil. Ele criticou o posicionamento de Bolsonaro, que não condenou nem pediu aos apoiadores para cessarem as manifestações e acampamentos em todo o País, e reconheceu a vitória de Lula ao declarar que a alternância de governantes é saudável à democracia.

 

“Lideranças que deveriam unir a nação, deixaram com que o silêncio, ou o protagonismo inoportuno, criasse um clima de caos e deixaram que as Forças Armadas pagassem a conta, para alguns por inação e outros por fomentar um pretenso golpe”, diz Hamilton Mourão em pronunciamento.

 

Assista ao vídeo:

 


A fala transmitida pelas emissoras de rádio e televisão ocorreu sem anuência de Bolsonaro, que estava nos Estados Unidos desde o dia anterior e, por isso, o cargo de presidente havia sido transmitido provisoriamente para Mourão. O tom foi de desabafo final para quatro anos de governo marcado por constrangimentos públicos entre ambos. Apesar dos dissabores, ele surfou na onda conservadora e se elegeu senador pelo Rio Grande do Sul e deve assumir mandato de oito anos, a partir de 2023.

 

Embora nunca tenha sido tão claro nas críticas anteriormente, Bolsonaro foi claro em 2021 ao externar que a relação dele com o então era simplesmente conveniente. “No meu caso, a escolha do vice foi feita meio a toque de caixa, mas o Mourão faz o seu trabalho, ele tem uma independência muito grande. Por vezes, atrapalha um pouco a gente, mas o vice é igual cunhado: você casa e tem que aturar o cunhado do teu lado, não pode mandar o cunhado embora”, afirmou Bolsonaro.

 

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Jovem é baleada por PRF na BR-040, no RJ, na véspera de Natal

Na véspera de Natal, Juliana Leite Rangel, uma jovem de 26 anos, foi baleada na cabeça durante uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na BR-040, em Caxias, na Baixada Fluminense. O incidente ocorreu quando ela se dirigia à casa de parentes em Itaipu, Niterói.

Segundo relatos de seu pai, que também estava no veículo, ele sinalizou para encostar, mas os agentes da PRF iniciaram os disparos e balearam Juliana na nuca.

“Falei para a minha filha: ‘Abaixa, abaixa’. Eu abaixei, meu filho deitou no fundo do carro, mas infelizmente o tiro pegou na minha filha. Eles já desceram do carro perguntando: ‘Porque você atirou no meu carro?’. Só que nem arma eu tenho, como é que eu atirei em você?”, disse Alexandre.

A vítima foi levada imediatamente ao Hospital Adão Pereira Nunes, sendo submetida a uma cirurgia. Segundo a Prefeitura de Duque de Caxias, seu estado de saúde é considerado gravíssimo. Além dela, o pai também foi baleado na mão esquerda, mas não teve fraturas e recebeu alta na mesma noite do crime.

Deyse Rangel, mãe da vítima, também estava no carro no momento do incidente junto com o outro filho. “A gente viu a polícia e até falou assim: ‘Vamos dar passagem para a polícia. A gente deu e eles não passaram. Pelo contrário, começaram a mandar tiro em cima da gente. Foi muito tiro, foi muito tiro”, afirmou Deyse.

A PRF não se pronunciou sobre o caso.

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