Bolsonaro acredita em injustiça com golpistas e que novo governo não durará

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Bolsonaro acredita em injustiça com golpistas e que novo governo não durará

Em mais uma declaração com teor antidemocrático, o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que o governo Lula pode chegar ao fim em breve. O discurso ocorreu durante uma palestra nos Estados Unidos, país onde está desde o fim do mandato e onde pretende continuar por tempo indeterminado. O receio de voltar ao Brasil é por uma possível prisão. Na ocasião, ele apontou na plateia o blogueiro apoiador Allan dos Santos, que está foragido. O evento foi na última terça-feria, 31.

 

“Eu nunca fui tão popular [como] no ano passado. Muito superior a 2018. No final das contas, a gente fica com uma interrogação na cabeça. Estou há 30 dias aqui, pretendo ficar por mais algum tempo. Não tenho certeza quanto tempo ainda. Estou com muita saudades do meu país. Pode ter certeza, em pouco tempo teremos notícias. Por si só, se esse governo [Lula] continuar na linha que demonstrou nesses primeiros 30 dias, não vai durar muito tempo”, disse ele, sem deixar claro a que exatamente estava se referindo, já que sua tentativa de “golpe”, disse ao público. 

 

Ele não esclareceu o que faria ou o que poderia acontecer para que o mandato do petista chegasse ao fim antes do término do mandato de quatro anos. As afirmações têm o mesmo tom adotado desde o resultado do segundo turno, quando Bolsonaro e a legenda dele, o Partido Liberal (PL), questionaram a contagem de votos nas eleições de outubro do ano passado. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, chegou a aplicar multa de R$ 23 milhões pela disseminação de dúvidas quanto à confiabilidade do sistema eleitoral. 

 

O evento em que Bolsonaro ministrou palestra integra uma série deles organizada por um grupo de empresários de São Paulo para prorrogar a estadia do ex-presidente em solo norte-americano.Os bolsonaristas já teriam acertado seis palestras voltadas para empresários estrangeiros. Cada uma das aparições renderia US$ 10 mil. A fonte de renda dele inclui a aposentadoria como deputado federal  (R$ 46,4 mil) e o salário como capitão reformado do Exército (R$ 12 mil). Ao todo, são cerca de 58,4 mil mensais

 

O dinheiro ajudaria no custeio de uma casa alugada no mesmo condomínio onde ele está hospedado na mansão do ex-lutador de MMA, José Aldo, e ainda da defesa dos processos contra ele. Na semana passada, ele foi incluído no inquérito que apura os financiadores dos atos antidemocráticos em 08 de janeiro, em Brasília. Na residência ficariam o filho Carlos Bolsonaro, e um outros apoiadores mais próximos.

 

Bolsonaro deu entrada na conversão do pedido de visto nos Estados Unidos nesta semana. Ele tinha a autorização do tipo diplomática, que permitia a estadia por apenas um mês legalmente.  As opções seriam alterar a modalidade para as de turista, de negócios ou de estudante, que têm validade limitada, ou a ilegalidade, o que acarretaria a possibilidade de ser deportado. A primeira alternativa não depende de um retorno temporário ao País e pode ser negado, ou seja, ele teria de sair do país. A segunda está vinculada ao trâmite legal norte-americano e relativamente demorado e o político ainda poderia solicitar e ter analisado um possível asilo político.

 

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Quatro estudantes da PUC-SP são desligados após se envolverem em atos racistas durante jogo

Quatro estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram desligados de seus estágios em escritórios de advocacia após um vídeo viralizar nas redes sociais, mostrando atos de racismo e aporofobia cometidos durante uma partida de handebol nos Jogos Jurídicos Estaduais. O incidente ocorreu no último sábado, 17, em Americana, interior de São Paulo. Nos registros, os alunos ofenderam colegas da Universidade de São Paulo (USP), chamando-os de “cotistas” e “pobres”.

As demissões foram confirmadas por meio de notas oficiais enviadas às redações. O escritório Machado Meyer Advogados, por exemplo, anunciou a demissão de Marina Lessi de Moraes, afirmando que a decisão estava alinhada aos seus valores institucionais, com o compromisso de manter um ambiente inclusivo e respeitoso. O escritório Tortoro, Madureira e Ragazzi também confirmou a dispensa de Matheus Antiquera Leitzke, reiterando que não tolera práticas discriminatórias em suas instalações. O Castro Barros Advogados fez o mesmo, informando que Arthur Martins Henry foi desligado por atitudes incompatíveis com o ambiente da firma. O escritório Pinheiro Neto Advogados também comunicou que Tatiane Joseph Khoury não faz mais parte de sua equipe, destacando o repúdio ao racismo e qualquer forma de preconceito.

Repercussão do caso

O episódio gerou forte indignação nas redes sociais e foi amplamente criticado. O Centro Acadêmico XI de Agosto, que representa os alunos da Faculdade de Direito da USP, se manifestou, expressando “espanto, indignação e revolta” com as ofensas racistas e aporofóbicas proferidas pelos alunos da PUC-SP. A instituição ressaltou que o incidente representou uma violência contra toda a comunidade acadêmica.

Em resposta, a reitoria da PUC-SP determinou a apuração rigorosa dos fatos pela Faculdade de Direito. Em comunicado, a universidade afirmou que os responsáveis serão devidamente responsabilizados e conscientizados sobre as consequências de suas atitudes. A PUC-SP reiterou que manifestações discriminatórias são inaceitáveis e violam os princípios estabelecidos em seu Estatuto e Regimento.

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