Bolsonaro afirma que indicou Kassio Marques por afinidade
Neste sábado, 10 presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que deseja um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) “afinado” com ele, justificando a indicação do desembargador Kassio Marques para a vaga do decano da Corte, Celso de Mello.
“Ele tem que ser independente, tudo bem, mas tem que ter essa afinidade comigo. E ele (Marques) tem, através da tubaína ou da Coca-Cola”, declarou o presidente em transmissão ao vivo nas redes sociais. Bolsonaro fez a live do Guarujá, no litoral paulista, onde passa o feriado, ao lado de uma apoiadora.
“Eu não vou indicar um cara só pelo currículo, vai chegar lá, vai ser o dono de si”, afirmou o presidente. Durante a live, o presidente explicou que a expressão “tomar tubaína” se refere a alguém que tenha afinidade com ele em assuntos como aborto, família, armas, política externa, mercado e indígenas.
Bolsonaro acrescentou que tratou pessoalmente da indicação do desembargador até Celso de Mello anunciar a aposentadoria. “Ninguém sabia de nada porque só eu tratei desse assunto”, disse.
Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”
Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento.
“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.
Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.
Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.
O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.
Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.