O ex-presidente Jair Bolsonaro, réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por liderar uma trama golpista, afirmou que uma possível prisão poderia ser o fim de sua vida, considerando seus 70 anos. Em entrevista à ”Folha de S.Paulo“, ele admitiu que discutiu com auxiliares o estado de sítio, de defesa e intervenção federal durante as eleições de 2022, mas disse que essas ideias foram rapidamente descartadas.
Bolsonaro mencionou o artigo 142 da Constituição, interpretado por seus apoiadores como autorização para as Forças Armadas agirem como poder moderador, embora essa interpretação tenha sido invalidada pelo STF. Ele enfrenta cinco acusações que, somadas, podem resultar em mais de 40 anos de prisão. Questionado sobre o impacto de uma eventual prisão, declarou: “É o fim da minha vida. Eu já estou com 70 anos.”
Reações às acusações
Na entrevista, ele também abordou a delação de seu ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid, que afirmou ter sido solicitado a fraudar o cartão de vacina. Bolsonaro negou a acusação, comparando-a a uma narrativa da Polícia Federal ligada ao ministro Alexandre de Moraes. Ele refutou a ideia de que discutir alternativas com militares configuraria uma tentativa de golpe, ressaltando que um golpe requer planejamento e não pode ser decidido em poucos meses.
Bolsonaro declarou que não se arrepende de não ter reconhecido a vitória de Lula nas eleições de 2022, mantendo seus questionamentos sobre o processo eleitoral. Ele também descartou a possibilidade de pedir asilo político e reafirmou seu compromisso com o Brasil.