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Bolsonaro afirma que quem tomou as duas doses da vacina contra a covid-19 pode desenvolver HIV

Última atualização 24/10/2021 | 15:11

O presidente Jair Bolsonaro, em sua live semanal na última quinta-feira (21), disse que pessoas que tomaram as duas doses do imunizante contra o novo coronavírus no Reino Unido estão desenvolvendo aids. A informação que foi lida pelo presidente, gerou repercussão negativa nas redes sociais e desmentida por cientistas.

Na live o presidente introduziu a informação dizendo que era grave e que não iria comentar, pois no passado já tinha tratado do assunto mas “apanhou muito”.

“Relatórios oficiais do governo do Reino Unido sugerem que os totalmente vacinados (15 dias após a segunda dose) estão desenvolvendo a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (aids) muito mais rápido que o previsto”. E completa: Recomendo que leiam a matéria. “Não vou ler aqui porque posso ter problemas com a minha ‘live'”.

Para a imprensa, o Departamento de Saúde e Assistência Social do Reino Unido desmente a informação, afirma que a publicação é de um site que propaga ‘fake news’ e teorias da conspiração e diz que a história não é verdadeira. Zahraa Vindhani, oficial de comunicações da Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido, também afirma que “as vacinas contra a Covid-19 não causam Aids”. “A Aids é causada pelo HIV.”

Deputados contra Bolsonaro

Além da repercussão de usurários das redes sociais, deputados da oposição também reagiram ao depoimento do presidente Jair Bolsonaro.

“Bolsonaro mais uma vez usou documento falso para atacar as vacinas e associá-las a aids. Lamentável que essa seja a prioridade do presidente de um país com mais de 600 mil mortos, 20 milhões de famintos e 14 milhões de desempregados. Mais um crime na ficha de Bolsonaro”, disse o líder da minoria na Câmara, Marcelo Freixo (PSB-RJ).

O deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP), que é o coordenador da Frente de Enfrentamento ao HIV/aids/hepatites virais no Congresso Nacional, disse em seu perfil na rede social que pretende entrar com “medidas jurídicas” contra o presidente pela fala.

CPI contra fake news

Na última quarta-feira, o relator Renan Calheiros (MDB-AL) incluiu, no relatório final da comissão, a disseminação de notícias falsas e desinformação sobre a pandemia no País entre os fatores responsáveis pelos óbitos decorrentes da COVID-19.

Segundo o senador, as fake news resultaram em mortes que poderiam ter sido evitadas, uma vez que teriam gerado “uma exposição perigosa e desnecessária ao novo coronavírus” e, consequentemente, contribuído “para a perda de vidas adicionais” durante a crise sanitária.