Bolsonaro afirma ter discutido decretação de estado de sítio e uso do artigo 142 com Forças Armadas

Durante uma entrevista na noite de quinta-feira, o ex-presidente Jair Bolsonaro revelou que conversou com os comandantes das Forças Armadas sobre a possibilidade de decretar estado de sítio ou estado de defesa, bem como sobre o uso do artigo 142 da Constituição para invocar militares. Enquanto enfrenta um indiciamento pela Polícia Federal por uma suposta tentativa de golpe, ele enfatizou que ‘o que está na Constituição você pode utilizar’.

Bolsonaro destacou a importância de discutir essas medidas com os líderes militares em um momento de extrema tensão política e institucional. Ele ressaltou que é fundamental buscar o respaldo das Forças Armadas para ações que envolvam questões constitucionais e a segurança nacional. O ex-presidente enfatizou que a comunicação com os militares é essencial para garantir a estabilidade do país.

A declaração de Bolsonaro gerou controvérsias e críticas de diversos setores da sociedade, que questionaram a legalidade e a legitimidade de tais propostas em um cenário democrático. Enquanto alguns apoiadores do ex-presidente defenderam sua posição, argumentando que ele tem o direito de recorrer aos dispositivos constitucionais em situações de crise, outros expressaram preocupação com possíveis abusos de poder e retrocessos democráticos.

Diante da repercussão negativa de suas declarações, Bolsonaro tentou amenizar a polêmica, afirmando que não estava falando em nome do governo e que as medidas discutidas não eram imediatas. Ele ressaltou que seu objetivo era apenas debater as opções previstas na Constituição para enfrentar cenários de crise política e social. Apesar disso, o debate em torno do uso do artigo 142 e de medidas de exceção continua acalorado e levanta preocupações sobre a garantia do Estado de Direito.

Neste contexto, a sociedade brasileira se depara com dilemas e desafios relacionados à defesa das instituições democráticas e à preservação dos princípios constitucionais. As declarações de Bolsonaro evidenciam as tensões e os conflitos que permeiam o cenário político nacional, exigindo um debate transparente e responsável sobre os limites do poder executivo e o papel das Forças Armadas na democracia.

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Entenda a analogia de Galípolo sobre a autoridade monetária e o mercado

O diretor de política monetária e futuro presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, fez uma analogia interessante ao dizer que a ‘autoridade monetária se queixar do mercado é igual marinheiro se queixar do mar’. Em sua visão, não há motivos para reclamar do mercado, mas sim buscar compreendê-lo e reagir de forma adequada. Ele enfatizou a importância de interpretar as movimentações do mercado e adotar medidas apropriadas.

Galípolo destacou que a autoridade monetária deve estar atenta às reações do mercado e agir com base nessa leitura. Em vez de reclamar ou se opor às mudanças, é fundamental para a instituição entender os sinais do mercado e responder de acordo. Essa postura proativa e receptiva é essencial para garantir a estabilidade econômica e financeira do país.

Ao comentar sobre a reação negativa dos mercados em relação a determinadas políticas ou eventos, Galípolo ressaltou a importância de manter a serenidade e a racionalidade nas decisões. Em vez de se deixar levar pela pressão do mercado, a autoridade monetária deve agir com cautela e prudência, buscando sempre o equilíbrio e a sustentabilidade econômica.

O futuro presidente do Banco Central enfatizou que a relação entre a autoridade monetária e o mercado deve ser pautada pela compreensão mútua e pela cooperação. Em vez de adotar uma postura de confronto, é fundamental estabelecer um diálogo construtivo e buscar soluções que beneficiem a economia como um todo. Galípolo reiterou a importância da transparência e da comunicação eficaz nesse processo.

Por fim, Galípolo ressaltou que a autoridade monetária tem o papel de regular e orientar o mercado, contribuindo para a estabilidade e o desenvolvimento econômico do país. Ao invés de se queixar das oscilações e reações do mercado, é fundamental agir de forma estratégica e responsável, visando sempre o interesse público e o bem-estar da população.

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