Bolsonaro assina MP que permite compra de etanol direto das usinas

A gasolina em Goiás já pode ser encontrada por R$ 7,49. O valor usado para calcular o ICMS está congelado em R$ 6,55.

O presidente Jair Bolsonaro assinou na manhã desta quarta-feira (11) uma Medida Provisória (MP) que autoriza a venda do etano para postos de combustível direto das usinas, sem intermédio de distribuidoras.

A MP foi assinada durante uma cerimônia no Palácio do Planalto, que contou com a participação de representantes do setor produtivo, além de ministros.

Os postos poderão, ainda, vender combustíveis de qualquer marca, independente da marca comercializada, desde que seja devidamente informado ao consumidor. A proposta ainda permite que o transportado-revendedor-retalhista possa comercializar o etanol hidratado.

“Ao visar a diminuição do preço para o consumidor final, a MP oferecerá um alívio aos brasileiros e brasileiras em meio à presente conjuntura econômica”, disse a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, em referência a uma alta nos preços dos combustíveis e pressão inflacionária.

A medida tem força de lei, ou seja, passa a valer mediante a assinatura, mas precisa ser analisada ainda pelo Congresso Nacional em um prazo máximo de 120 dias.

ICMS

Em seu discurso, Bolsonaro disse que o governo estuda a proibição dos estados de cobrarem ICMS sobre a tarifária da conta de luz. Ele lembra que Brasil vive uma das mais severas crises hídricas da história, que levaram a adoção da bandeira vermelha na conta de luz.

“Fomos obrigados a colocar bandeira vermelha para pagar uma outra fonte de energia que é a termoelétrica, que é muito mais cara. Os governadores cobram ICMS em cima da bandeira. Quem paga a conta disso? Sou eu”, disse.

Bolsonaro também voltou a insistir na defesa de uma proposta sobre a cobrança do ICMS sobre combustível enviada ao Congresso, afirmando ter reduzido tributos federais.

O presidente ainda diz que a população precisa saber quem são os responsáveis pela elevação dos preços.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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