Bolsonaro convoca manifestação para provar inocência: “Quero me defender”

Bolsonaro convoca manifestação para provar inocência: “Quero me defender”

Jair Bolsonaro convocou seus apoiadores para uma manifestação pública em São Paulo que deve ser realizada no final de fevereiro. A convocação foi feita nesta segunda-feira, 12, por meio de um vídeo disponibilizada nas redes sociais do ex-presidente brasileiro.

No vídeo, o político diz que usará ato para se defender das acusações de investigações sobre a trama golpista durante o seu mandato. “Estarei na Avenida Paulista realizando um ato pacífico em defesa do nosso Estado democrático de direito”, disse o ex-presidente na mensagem de vídeo. “Quero me defender de todas as acusações que têm sido imputadas a minha pessoa nos últimos meses”, disse.

Ainda na mensagem, Bolsonaro pediu para que os apoiadores não usem o ato para atacar publicamente outros adversários e que compareçam de verde e amarelo. O político informou que a manifestação será utilizada apenas para a sua defesa e para mostrar, por meio de uma fotografia, que ele mantém força política.

O ato convocado pelo ex-presidente já foi comunicado à Prefeitura de São Paulo, por meio da Associação Vitória em Cristo, uma organização comandada pelo pastor Silas Malafaia. O religioso informou à CNN Brasil que custará, pelo menos, o caminhão de som que será usado por Bolsonaro durante o discurso.

Investigação

Desde que deixou o governo brasileiro, há 13 meses, Bolsonaro tem sido alvo de diversas investigações. Recentemente, o político se tornou alvo de uma investigação da Polícia Federal que investiga um suposto plano de golpe de Estado durante o seu mandato.

Os investigadores acreditam que o suposto plano começou tramado antes de 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores invadiram as sedes dos Três Poderes em Brasília. Vídeos disponibilizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) mostram uma suposta reunião em que Bolsonaro aparece em uma reunião com ex-ministros em uma campanha contra as urnas eletrônicas.

Vale relembrar ainda que Bolsonaro está politicamente inelegível até 2023 por abuso de poder.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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