Bolsonaro corta verba para compra de vacinas contra Covid-19 em 2022
Ontem (31), o governo Jair Bolsonaro apresentou ao Congresso Nacional a proposta orçamentária para o ano de 2022 e reduziu em 85% a verba destinada a compra de vacinas para Covid-19, diminuindo os R$27,8 bilhões destinados neste ano, para R$3,8 bilhões no próximo ano.
Também foi reduzido os fornecedores, segundo representantes do Ministério da Saúde, o valor será destinado à compra de vacinas da AstraZeneca, vacina produzida com insumos da Fiocruz, além de seringas.
A quantia é suficiente para o Governo Federal adquirir somente 140 milhões de doses da AstraZeneca, quantidade que não chega a cobrir o necessário para aplicação em toda população adulta. Hoje o Brasil tem cerca de 160 milhões de pessoas com 18 anos ou mais.
O Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, já vinha pontuando uma alta probabilidade de mais doses para uma nova rodada de vacinação em 2022. A possibilidade de uma nova rodada de vacinação no próximo ano ainda está sendo avaliada.
Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”
Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento.
“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.
Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.
Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.
O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.
Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.